Produtores participam de levantamento de custos em cinco estados


A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) realizou, nesta semana, o levantamento de custos de produção do projeto Campo Futuro das cadeias produtivas de grãos, frutas e pecuária de corte.

A iniciativa foi realizada nos estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Sergipe. O projeto alia a capacitação do produtor à geração de informações estratégicas do setor rural, contribuindo para as tomadas de decisão no campo. Também possibilita o gerenciamento de preços e do comportamento da produção.

Confira os principais dados dos painéis dessa semana:

Grãos (Sergipe, Rio Grande do Sul e Minas Gerais) – Na segunda-feira (12), o Projeto Campo Futuro realizou painel de levantamento de custos de produção em Itabaiana (SE), na terça (13) em Tupanciretã (RS) e na quarta (14) em Patos de Minas (MG).

Em Itabaiana, região de produção de milho terceira safra, a expectativa de produtividade média está em 100 sacas/ha, patamar próximo ao ano passado.

Na região de Tupanciretã, foi observado uma recuperação de produtividade visto que a safra 2022/23 foi severamente impactada pelo La Ninã. A produtividade média relatada foi de 45 sacas/ha para a soja. Por outro lado, o trigo sofreu com o alto volume de precipitações, colhendo em média 38 sacas/ha.

Em Patos de Minas, o clima seco impactou na produtividade da soja, que fechou com média de produtividade de 50 sacas/ha, 13 sacas a menos que na safra passada. Reduções de produtividade também foram observadas para o milho primeira safra (-60 sacas/ha) e para o milho segunda safra (-20 sacas/ha). Os preços também caíram no período. Para a soja, a redução foi de 15% em relação ao painel de 2023/23.

Fruticultura (Santa Catarina) – A CNA levantou os custos de produção de maçã na região de São Joaquim (SC). Com apoio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC) e Sindicato Rural de São Joaquim, o painel contou com a participação de produtores e técnicos da região.

Foi definido como propriedade modal com cinco hectares cultivados com maçã. O sistema de cultivo é não irrigado, semimecanizado. Estande de mil plantas por hectare, 60% do estande de maçã fuji, e 40% de maçã gala.

De acordo com a assessora técnica da CNA, Letícia Fonseca, a produtividade é semelhante entre os materiais. Pontos que as diferenciam é o ciclo, e a classificação e precificação na comercialização. O escoamento da produção é realizado via classificadores e indústria. A produtividade observada na última safra (2023/2024) foi de 35 toneladas/hectare, valor aquém à média e potencial da região.

Em Caxias do Sul (RS), o painel do Projeto Campo Futuro levantou os custos de produção de maçã. O modal produtivo da região é caracterizado por uma propriedade de 15 hectares, em estande de 2,5 mil plantas/hectare, sendo 75% variedade Gala e 25% Fuji.

A produtividade potencial e usualmente atingida na região gira em torno de 40 toneladas por hectare, no entanto, para a última safra (2023/24), a produtividade foi de 25 ton/ha.

A quebra foi vista em decorrência do elevado volume de chuvas no período da florada, seguido de estiagem, o que levou a maior abortamento floral e menor enchimento de frutos.

Pecuária de Corte (Rio Grande do Sul) – Levantamentos de custos de produção de pecuária de corte foram realizados no Rio Grande do Sul.

Na segunda (12), o painel de pecuária de corte do Projeto Campo Futuro, realizado em Alegrete (RS), fez o levantamento dos custos de produção da atividade considerando uma propriedade modal de produção de bezerro (cria), com área total de 448 hectares, 200 matrizes e comercialização anual de 120 animais entre bezerros desmamados, vacas e touros de descartes.

Neste sistema, o custo operacional efetivo (COE) foi estimado em R$132,12 por arroba vendida, sendo os itens de maior peso a mão de obra, com 21,7% do COE, e a suplementação mineral, com 16,1%.

Na quinta (15), o projeto Campo Futuro levantou os custos de uma propriedade de cria em Santa Maria (RS), com área total de 400 hectares, 200 matrizes e comercialização anual de 130 animais entre bezerros desmamados, vacas e touros de descartes.

O COE foi estimado em R$226,68/@ vendida, com a mão de obra representando 26,6% do COE, seguida pelas despesas com insumos (pastagem e agricultura) representando 26,4% e a suplementação mineral, 10,8% do COE.

Fonte: noticiasagricolas

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