Produção de veículos cai 1,9% no Brasil em 2023, diz Anfavea


A produção de veículos caiu 1,9% no Brasil durante o ano de 2023. No total, foram produzidos 2,37 milhões de unidades, contra 2,37 milhões na comparação com 2022. Nessa conta está a soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. Os dados são da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.

Na comparação com dezembro de 2022, houve queda de 10,4%, quando o país produziu 191,6 mil veículos. Na relação entre dezembro e novembro de 2023, houve uma retração ainda maior: 15,3%, quando foram produzidos 202,7 mil veículos.

A produção de veículos pesados caiu 37,9%no ano passado em função dos custos mais elevados das novas tecnologias de controle de emissões, principalmente para os caminhões, adotadas para atender a etapa P8 do Proconve, válida desde janeiro de 2023. Por esse motivo, a associação atribui a queda em 2023.

“Em função das novas regras de emissões, isso afetou muito o mercado de caminhões. E a maioria das vendas foram de caminhões já em estoque, de antes das novas regras entrarem em vigor. Em 2023, o Brasil abriu o ano com 60 mil caminhões em estoque, enquanto esse ano o número está na faixa de 38 mil. Por isso, houve uma queda no cenário geral dos veículos”, afirma o presidente da associação, Márcio de Lima Leite.

Se houve queda na produção, tivemos alta nas vendas em 2023. No total, foram vendidos 2,3 milhões de veículos, contra 2,1 milhões de 2022, um crescimento de 9,7%.

“A média diária de vendas em dezembro foi de 12,4 mil unidades. É o melhor resultado mensal em quatro anos, puxado pelas locadoras, que emplacaram 75 mil veículos, 30 mil a mais que a média do ano. Outra fator importante foram as promoções dos eletrificados antes da volta do Imposto de Importação”, afirma a Anfavea.

Ao todo, no mês de dezembro tiveram 212,6 mil licenciamentos.

O Brasil cresceu 91% nas vendas de veículos elétricos e híbridos em 2023, com 93,9mil emplacamentos contra 49,2 mil em 2022. E a projeção para 2024 é crescer mais 51%, com expectativa de emplacar mais de 142 mil unidades. Segundo o presidente da Anfavea, mesmo com a volta do imposto de importação, o cenário é bem positivo.

Houve queda de 16% nas exportações do Brasil, com 403,9 mil unidades enviadas para outros países, contra 408,9 mil em 2022. A notícia boa é que o México superou a Argentina pela primeira vez na história, representando 51% das exportações brasileiras, ou 135.779 unidades por ano. Em 2022 foram 89.710 unidades, o que representava apenas 18%. Um a cada três exportações foram para o país da América Latina.

Por outro lado, para a Argentina as exportações seguem em queda: caindo de 28% de representatividade em 2022 para 16% em 2023, caindo de 135.769 para 114.575, respectivamente. E o cenário para 2024 é de uma queda ainda maior para o país vizinho.

Apesar da queda, Lima Leite vê um cenário otimista para a indústria com o programa Mover. Entre os objetivos do programa Mover quer promover a descarbonização e incluir limites mínimos de reciclagem na fabricação. Veículos que poluem menos também serão contemplados com impostos mais baixos, o chamado IPI Verde. O governo destinou R$ 19,3 bilhões em incentivos para as fabricantes até 2028.

“O programa Mover é fundamental para o Brasil inteiro, para indústria, universidades, mercado de reposição. Tudo isso indica um futuro otimista para o cenário brasileiro. Em outros mercados estão lançando programas semelhantes, como nos Estados Unidos e países da Europa”, afirma Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

Em dezembro de 2023, o Brasil tem 98,9 pessoas trabalhando na indústria automobilística. Em relação a 2022, o país registra queda de 2,9% ante dos 101,9 trabalhadores.

A Anfavea prevê crescimento para 2024 porque o mercado está otimista para esse ano, com crescimento de 6,1%.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores DF: mulher fica banguela após tratamento dentário e ganha indenização
Próxima GO: Agrodefesa capta mais de R$ 2,2 milhões em recursos federais para serem utilizados na prevenção e controle à gripe aviária