Produção de aço ‘frustrante’ e crise imobiliária chinesa interminável ‘derrubam’ minério de ferro


Pressionado pela ‘decepção’ com dados sobre a produção de aço na China, aquém do esperado, e pelo prolongamento, sem solução à vista, da crise imobiliária mandarim, as cotações futuras do minério de ferro recuaram, na sessão desta quarta-feira (18), em meio à preocupação crescente quanto à demanda da commodity, apesar dos dados econômicos positivos exibidos pelo gigante asiático no terceiro trimestre do ano (3T23).

Como resultante, o contrato futuro do insumo siderúrgico para janeiro, negociado pela bolsa de Dalian (China) concluiu as negociações em queda de 0,4% a 861 iuanes ou US$ 117,76 por tonelada, ‘apagando’ os ganhos iniciais da mesma sessão. A mídia não divulgou informações em relação à bolsa de Singapura, nesta quarta (18).

De maior peso na performance do minério, a produção de aço bruto da China recuou 5% no mês passado e 5,6%, no comparativo anual, conforme consta de dados oficiais, em meio à decisão de corte de produção, conforme anúncio feito por fabricantes de aço, que se sentem pressionados pelos altos preços das matérias-primas, como também pela fraca demanda da China, maior produtora de aço do mundo.

Para complicar ainda mais a situação econômica no país asiático, as vendas de imóveis e a taxa de investimento na China apuraram quedas de dois dígitos, como reflexo do fracasso da iniciativa de grandes cidades, no sentido de reforçar a confiança no setor, que tenta sair da crise.

De acordo com o analista da Sinosteel Futures em Pequim, Cheng Peng, “a chave ainda é o desempenho real do mercado de aço, já que isso afetará as necessidades de matérias-primas”, ao acrescentar que “os baixos estoques e a grande diferença de preços entre os preços spot e futuros apoiaram o minério de ferro, mas os dados mostraram que há pessimismo no mercado siderúrgico”.

Também apresentaram perdas, outros ingredientes siderúrgicos, como o carvão metalúrgico e o coque em Dalian, que ‘encolheram’ 3,02% e 3,87%, respectivamente, ao passo que o vergalhão baixou 1,01%; as bobinas laminadas a quente caíram 0,74% e o aço inoxidável perdeu 0,44%.

No front doméstico, o destaque coube à queda de 3,9% da produção de minério de ferro da Vale no terceiro trimestre (3T23), que também reduziu de 370 mil para 325 mil toneladas sua meta de produção de cobre para este ano.

Fonte: capitalist

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