Presidente da Abiec apresenta dados da bovinocultura brasileira em evento no Chile


A Associação Brasileira dos Exportadores de Carnes (Abiec) participou, na segunda-feira (5), do Fórum Empresarial Chile-Brasil, em Santiago, capital chilena. O evento foi promovido pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE), e fez parte da missão oficial do presidente Luís Inácio Lula da Silva àquele país. Cerca de 300 representantes de empresas e instituições brasileiras e chilenas participaram do fórum, que, além da presença do presidente do Brasil e do presidente da República do Chile, Gabriel Boric, reuniu autoridades como o presidente e a diretora de Negócios da ApexBrasil, Jorge Viana, e Ana Paula Repezza.

Atualmente, o Brasil é o terceiro maior fornecedor do Chile, com participação de 11% no mercado chileno. Já o Chile é o sexto principal destino das exportações brasileiras, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Em 2023, as exportações brasileiras para o país somaram US$ 7,9 bilhões e as importações, US$ 4,3 bilhões. Em relação à carne bovina, as exportações brasileiras para o Chile registraram US$ 487 milhões em 2023, e o volume chegou a 100.542 toneladas.

Em sua apresentação, o presidente da Abiec, Antônio Jorge Camardelli, deu a dimensão da bovinocultura brasileira, cujo rebanho é o maior do mundo, com aproximadamente com 197,2 milhões de cabeças, e produção de 10,62 milhões de toneladas equivalentes carcaça (TEC), em 2023. Desse total, 2,29 milhões de toneladas foram exportadas, consolidando o Brasil como o maior exportador de carne bovina do mundo. “A produção especial destinada ao mercado chileno é muito valorizada, colocando-o entre os quatro maiores compradores da carne bovina brasileira. O mercado chileno é altamente valorizado. Exportamos para o Chile diversos cortes de carne, incluindo sete, onze e dezoito tipos, oferecendo opções que atendem a diferentes orçamentos”, disse Camardelli.

No ano passado, o Brasil exportou 100 mil toneladas de carne para o Chile, e este ano espera-se um aumento de 10%. Em faturamento, podemos ultrapassar US$ 500 milhões. Segundo o presidente da Abiec, um projeto inovador está sendo implementado para o sistema agroindustrial (SAG), utilizando inteligência artificial para a classificação e identificação de produtos. O sistema eliminará erros e permitirá que auditores acompanhem o processo em tempo real.

“O modelo chileno, implementado no Brasil e aprimorado com a IA, está se tornando um exemplo para outros países. O sucesso desse projeto reflete a excelente parceria com o Chile e reforça a posição do Brasil como o maior exportador de carne do mundo, com previsões de exportação de 13 bilhões de dólares este ano. A estabilidade nos três principais fatores de produção continua a garantir nossa competitividade e sucesso no mercado global”, afirmou.

Atualmente, o Itamaraty, o Ministério da Agricultura, o Ministério da Indústria e Comércio e a ApexBrasil fazem parte da estrutura fundamental que contribui para o Brasil manter sua posição como líder global na produção de carne. “Mesmo sem o uso de hormônios de crescimento, o Brasil está a caminho de se tornar o maior produtor de carne do mundo”, reforçou Camardelli.

Aos empresários chilenos, a Abiec destacou a importância econômica da pecuária bovina para a economia do Brasil. O setor contribui com R$ 895 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) e gera em torno de 6,5 milhões de empregos. O Brasil é o principal exportador mundial de carne bovina, fornecendo para 157 países, representando 18,7% das exportações totais do mundo.

O presidente da Abiec também mencionou as recentes conquistas sanitárias que permitiram a abertura de novos mercados para a carne bovina brasileira. Entre os avanços, destacam-se a exportação de carne bovina para o México, o início das vendas de língua bovina e carne de cabeça para Singapura, e a autorização para exportar carne bovina processada para a República Dominicana e Japão. Em 2024, El Salvador e China começaram a importar gelatina, colágeno e derivados de sangue bovino do Brasil.

Camardelli enfatizou a sustentabilidade e os avanços tecnológicos no setor. A produtividade da bovinocultura brasileira aumentou 156% nos últimos 30 anos, enquanto a área de pastagem diminuiu 14,4%, evitando o desmatamento de 239,3 milhões de hectares. A automação da classificação de carcaças, utilizando inteligência artificial e visão computacional, é uma inovação que está transformando o setor.

Relações comerciais

O Fórum Empresarial Chile-Brasil faz parte dos esforços que a ApexBrasil, em parceria com o Governo Federal, tem realizado para estreitar as relações comerciais entre o Brasil e os países das Américas do Sul, Central e do Caribe, buscando a cooperação e a abertura de novos mercados. Neste ano, já foram realizados dois fóruns empresariais na América Latina, sendo um na Bolívia e outro na Colômbia, com a participação de mais de 800 empresários das regiões.

No evento, estavam representadas empresas de variados portes e de diferentes setores, como serviços de transporte, veículos automotores e suas partes, aviação, mineração, produtos farmacêuticos, produtos cerâmicos, alimentos e bebidas, agronegócio, tecnologia e saúde, máquinas e equipamentos, produtos têxteis, moda, economia criativa e serviços, e serviços de tecnologia e informação. Na programação, estavam previstos painéis com os seguintes temas: Agro e Sustentabilidade; Nova Indústria e Tecnologia; Energia e Minerais Estratégicos; e Integração Regional.

Fonte: noticiasagricolas

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