Prêmio Nobel de Economia comenta a apreensão de ativos russos: ‘Catástrofe para o dólar’


“Que sinal daríamos a dezenas de países que, tal como a Rússia e também os países do G7 [grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido], por razões de segurança convertem as suas reservas em dólares e as confiam ao Tio Sam? Se os Estados Unidos fizerem isto hoje com a Rússia, se se apoderarem do dinheiro que a Rússia lhes confiou […] amanhã ele poderá fazer o mesmo com qualquer outro país”, disse Schiller ao jornal italiano La Repubblica.
O especialista acredita que a expropriação de ativos “destruirá a auréola de segurança que rodeia o dólar”, sendo “o primeiro passo para a desdolarização“. Como salienta Schiller, muitos países estão agora se inclinando para este lado, “da China aos países em desenvolvimento, para não falar da própria Rússia”, e outros Estados também podem ser “tentados” a converter dólares em yuan “ou, por que não, em euros”.
A utilização dos ativos da Rússia, advertiu, constituiria a primeira violação da regra inquebrável e levaria à destruição do cobertor de segurança construído em torno do dólar.
“Seria a primeira operação deste tipo na história e terá consequências catastróficas para o atual sistema em que o dólar domina”, destacou.
A mídia norte-americana revelou que o presidente dos EUA, Joe Biden, iniciou conversações urgentes com parceiros dos EUA sobre a possibilidade de canalizar ativos russos congelados para fornecer assistência ao governo ucraniano e estaria pressionando o restante dos países do G7 a apresentar um plano até fevereiro de 2024.
Nota de cinco dólares em chamas - Sputnik Brasil, 1920, 23.12.2023

Shiller alerta que há muitas variáveis ​​que Biden deve analisar antes de tomar uma decisão deste tipo, já que, “paradoxalmente, poderia atingir os Estados Unidos e todo o bloco ocidental”.
As nações do G7 e a União Europeia (UE) congelaram € 300 bilhões (cerca de R$ 1,6 trilhão) das reservas da Rússia após o início da operação militar especial russa para impedir o bombardeio ucraniano de civis em Donetsk e Luhansk, em fevereiro de 2022.
O Ministério dos Relações Exteriores da Rússia descreveu o congelamento de ativos da UE como um roubo aos investidores privados russos e às instituições públicas do país.
O Ministério da Economia russo alertou para os riscos para os investimentos estrangeiros na UE e alertaram que os países-membros do bloco impõem restrições contra cidadãos e entidades russas, procuram confiscar bens congelados, nomear administradores externos nas subsidiárias das empresas russas privar ou restringir ilegalmente os direitos de propriedade de cidadãos e empresas.

Fonte: sputniknewsbrasil

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