Preços do milho no Brasil lateralizados nesta terça-feira com produtor segurando as vendas


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Os preços internacionais do milho futuro operaram durante quase toda a quarta-feira (2) no campo negativo da Bolsa de Chicago (CBOT), mas reverteram as posições no encerramento do pregão para fechar o dia contabilizando valorizações. 

Pesaram sobre as cotações do cereal as quedas registradas por soja e trigo nesta terça-feira, além das tensões geopolíticas que fortaleceram o dólar ante outras moedas, movimento que reduz a competitividade dos grãos norte-americanos no mercado global. 

Por outro lado, o que trouxe força para o mercado foram os números de exportação dos Estados Unidos divulgados hoje pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que apontaram os embarques norte-americanos da semana passada em 55,4 milhões de toneladas. 

“Esse número está no limite superior das estimativas dos analistas, que variavam entre 33 milhões e 59 milhões de bushels. Os totais acumulados para o ano comercial de 2024-25 estão 28,6% acima do ritmo do ano anterior, após atingirem 2,637 bilhões de bushels”, destaca o site internacional Farm Futures. 

O México foi o principal destino das inspeções de exportação de milho dos EUA na semana passada, com 11,1 milhões de bushels. Japão, Coreia do Sul, Colômbia e Portugal completaram os cinco primeiros. 

O vencimento setembro/25 foi cotado a US$ 4,03 com valorização de 5 pontos, o dezembro/25 valeu US$ 4,23 com elevação de 2,75 pontos, o março/26 foi negociado por US$ 4,40 com ganho de 3 pontos e o maio/26 teve valor de US$ 4,50 com alta de 3 pontos. 

Esses índices representaram ganhos, com relação ao fechamento da última segunda-feira (1), de 1,26% para o setembro/25, de 0,65% para o dezembro/25, de 0,69% para o março/26 e de 0,67% para o maio/26. 

Mercado Brasileiro 

Na Bolsa Brasileira (B3), a terça-feira foi mais um dia de movimentações lateralizadas e flutuações em campo misto para os preços futuros do milho. 

Segundo a análise da Safras & Mercado, o mercado brasileiro segue com lentidão de negócios, com os agentes que seguem avaliando a finalização da colheita e avanço da logística do cereal, travando a comercialização. 

“No decorrer dos próximos dias os agentes do mercado devem prestar atenção na evolução do dólar, nos dados referentes às exportações e nas questões relacionadas a logística”, apontam os analistas da Safras. 

Roberto Carlos Rafael, da Germinar Corretora, destaca que os preços do milho vêm se mantendo lateralizados no Brasil, mas têm viés de alta neste período de final de colheita, já que o produtor não aceita vender abaixo dos atuais patamares. 

“O que a gente vê é que apesar do mercado estar sabendo, do produtor saber, que nós temos uma grande produção, nos Estados Unidos com aumento de estoque e aqui no Brasil também a gente tem um aumento de estoques e uma grande produção, o produtor não tem aceitado o preço. Então, acho que a gente vai ter que esperar mais um pouco para sentir como é que vai ser efetivamente esse decorrer do ano, porque, aparentemente é um preço parece meio fundo do poço, que chegamos e o produtor não aceita menos do que isso”, diz Rafael. 

Um dos pontos de suporte segundo o analista é a forte demanda interna pelo cereal brasileiro. O consumo deve alcançar entre 93 e 94 milhões de toneladas neste ano, acima das 89 milhões de toneladas do ano passado.  

Nas contas de Rafael, o setor de etanol deve absorver cerca de 23 milhões de toneladas em 2025, chegando a 24 milhões no próximo ano. Hoje, o biocombustível já responde por quase 25% do consumo doméstico de milho, e a tendência é de crescimento, com novas usinas entrando em operação e garantindo maior absorção do excedente. 

Já olhando para as exportações, os embarques brasileiros somaram até agosto cerca de 8 milhões de toneladas, acumulando 3 milhões de toneladas no ano-safra, nível semelhante ao do ciclo anterior. Em 2024, o Brasil embarcou quase 39 milhões de toneladas, e a expectativa para 2025/26 varia entre 35 e 40 milhões de toneladas. Em um cenário de produção maior, próximo a 150 milhões de toneladas, seria necessário exportar até 56 milhões de toneladas para equilibrar a oferta, algo que o analista considera difícil diante da lentidão nas vendas, de acordo com Rafael. 

Confira como ficaram todas as cotações nesta terça-feira 

O vencimento setembro/25 foi cotado a R$ 64,99 com alta de 0,03%, o novembro/25 valeu R$ 69,12 com queda de 0,69%, o janeiro/26 foi negociado por R$ 71,92 com baixa de 0,06% e o março/26 teve valor de R$ 73,78 com ganho de 0,11%. 

No mercado físico brasileiro o preço da saca de milho também se movimentou pouco neste segundo dia da semana. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou valorização somente na praça de Machado/MG. 

Fonte: noticiasagricolas

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