A quarta-feira (20) terminou com altas de mais de 4% – ou mil pontos – para os preços do café arábica negociados na Bolsa de Nova York. Com ganhos tão expressivos, os primeiros contratos voltaram a superar os 290 centavos de dólar por libra-peso, levando o dezembro a 295,65 e o março a 293 cents/lb. O maio, referência também bastante importante para o mercado, terminou os negócios com 290,55 cents por libra.
“Me parece mais do mesmo. Muitas variáveis e estoques de segurança muito baixos. Os problemas com a próxima safra brasileira vão se confirmando”, afirmou Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes. E os ganhos se deram mesmo com uma forte e consistente alta do índice dólar.
Os preços estão em suas máximas em 13 anos, refletindo as preocupações com estoques bastante ajustados e preocupações que ainda rondam a produção do Brasil em função de acumulados problemas climáticos.
“Amanhã é o último dia para a rolagem de contratos em NY. O Brasil falando em aumentar as exportações para a China. Resistência dos cafeicultores brasileiros em vender o que ainda resta da safra 2024 em suas mãos”, estes são, ainda segundo o especialista, mais fatores que contribuem ao cenário positivo para os preços da commodity.
Na Bolsa de Londres, as cotações também sobem para o robusta, acompanhando os ganhos do arábica. Paralelamente, há ainda o suporte e o estímulo para os preços vindos da preocupação com o clima no Vietnã – maior produtor global da variedade – que também apresenta adversidades e pode prejudicar mais uma safra na nação asiática.
Assim, o mercado continua a trazer para os preços um reflexo, como explicam analistas e consultores de mercado, de um cenário de oferta e demanda ainda bastante desequilibrado e sem grandes perspectivas de mudanças no horizonte.
“Os problemas climáticos continuam e são globais, prejudicando a produção de café em todos os principais países produtores. A rolagem de contratos em NY, as informações crescentes sobre a queda forte de flores nos cafezais brasileiros e a resistência dos cafeicultores brasileiros em vender café nestes meses finais de 2024, contribuem com a alta forte nas bolsas de café”, afirma Carvalhaes.
Nesta quarta-feira, o Brasil comemorou o feriado do Dia da Consciência Negra e, por isso, os negócios pouco fluíram por aqui. Não houve referência do dólar e o mercado acabou um pouco esvaziado. As operações serão retomadas nesta quinta-feira (21).
“Ontem, os compradores, mantiveram as bases de preços em suas ofertas e saíram alguns negócios. O mercado está firme, há muito interesse comprador para todos os padrões de café, para exportação e consumo interno, mas o interesse vendedor neste final de ano é pequeno”, concluiu Eduardo Carvalhaes.
Fonte: noticiasagricolas