O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, participou nesta quinta-feira (6) da reunião de relançamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI), no Palácio do Planalto. O Conselho, que estava desativado desde 2015, retorna com o objetivo de construir uma nova política industrial para o Brasil. “É uma ação importante para que o país tenha uma indústria mais dinâmica, inovadora, competitiva e uma economia pujante que ofereça melhores oportunidades de emprego e renda para a população”, disse o presidente da CNI no evento.
Na reunião, Andrade destacou que, nos últimos anos, os países mais industrializados investiram maciçamente no desenvolvimento industrial, enquanto o Brasil não contou com uma política industrial. “Precisamos reduzir as taxas de juros no Brasil e investir em inovação e tecnologia. E nós apoiamos firmemente essa reforma tributária, que esperamos que seja votada hoje”, afirmou.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva garantiu que o governo vai criar as condições necessárias para o país investir em inovação. “Precisamos fazer a revolução industrial neste país para sermos competitivos de verdade. A hora é agora”. Lula também defendeu a união do Estado e do setor privado para o desenvolvimento do país. “O Brasil precisa dos dois. E também de formar profissionais qualificados se a gente quiser verdadeiramente voltar a ser um país industrializado”.
Andrade acrescentou que 38% do parque fabril brasileiro está defasado do ponto de vista de tecnologia e inovação e precisa de renovação.
“Estamos vendo o governo dar toda a importância necessária para a neoindustrialização para que nossas indústrias possam ter uma contribuição para o desenvolvimento do Brasil”.
Alckmin: nova política industrial se baseia em missões
Na reunião do conselho, Geraldo Alckmin divulgou que a nova política industrial brasileira está voltada para seis missões:
– Cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar e nutricional;
– Complexo econômico industrial da saúde resiliente para robustecer o SUS e ampliar o acesso à saúde no país;
– Infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e o bem-estar nas cidades;
– Transformação digital da indústria para ampliar a produtividade;
– Bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para as futuras gerações;
– Tecnologias de interesse para a soberania e a defesa nacionais.
“O setor industrial apoia a estratégia e as missões apresentadas ao Conselho, e são prioridades sintonizadas com as missões do Plano de Retomada da Indústria”.
O documento, elaborado pela CNI e apresentado ao governo este ano, identifica oportunidades diante dos desafios no cenário global. O Plano de Retomada compreende a transformação digital como uma das quatro missões para atingir objetivos sociais relevantes.
O objetivo dessa missão é capacitar as empresas brasileiras para ampliarem a escala de mercado e, assim, participarem de cadeias globais de fornecimento. Descarbonização, saúde e segurança sanitária e defesa e segurança nacional são as outras missões do Plano de Retomada.
Fonte: portaldaindustria