“Existe certo temor por parte dos sul-coreanos de que em uma situação de guerra na península coreana, os Estados Unidos não sejam suficientes ou capazes de responder à altura, ou no momento oportuno. Ou que a Coreia do Norte, que é detentora de armas nucleares e termonucleares, uma determinada posição no jogo geoestratégico, que para os Estados Unidos não seja interessante devolver um ataque e deixe o caminho aberto para a Coreia do Norte atacar nuclearmente a Coreia do Sul”, comentou.
“Os Estados Unidos praticamente nunca usaram suas armas nucleares desde 1945. Então, usá-las para proteger Seul, mesmo com a possibilidade de o próprio território dos Estados Unidos também ser atacado pelo norte, levanta dúvida.”
“Os sul-coreanos estão passando pelo momento do extremismo. Acabaram de ter um governo, que foi o do presidente Moon Jae-in, que era um governo mais ameno, mais tranquilo, equilibrado, e agora estão no momento do extremismo. Esse tipo de discurso, [na linha de] ‘vamos construir uma bomba atômica para nos posicionarmos contra a Coreia do Norte’, ganha força dentro das secretarias, dos ministérios na Coreia do Sul”, disse Rubio.
Impactos ‘desastrosos’ de conflito entre Coreias do Norte e Sul
“A Coreia do Sul enfrentaria sanções, o mundo não iria, por conta da sua posição estratégica, ignorar esse aspecto que é muito complicado. Ela sofreria tantas sanções que tornaria inviável a construção de um programa nuclear”, pontuou o especialista.
“Quem vai decidir o uso dessa arma não vai ser a Coreia do Sul, mas sim os Estados Unidos, porque são eles que têm o controle operacional nos tempos de guerra.”
EUA versus China
“Então, caso a Coreia do Sul busque pacificação na península coreana, ter a China, pelo menos na distância, para poder dialogar e resolver um problema militar será essencial […] Tem ocorrido isso independentemente de regime e orientação política, de ver diferença de orientação política, dos dois partidos [majoritários], porém, isso tem sido um pouco diferente, tem sido bastante difícil no atual governo sul-coreano de Yoon Suk-yeol.”
Fonte: sputniknewsbrasil