O preço médio da gasolina no Brasil foi de R$ 6,23 na última semana de junho, de acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). E além do valor elevado, os motoristas precisam se preocupar com outra questão a partir desta terça-feira (1): o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) está suspenso de 1º a 31 de julho.
Desse modo, as fiscalizações de qualidade dos combustíveis nos postos não serão feitas durante todo o mês de julho. Isso exige cuidado para o motorista na hora de abastecer o carro, seja com gasolina, etanol ou diesel. Antes de tudo, é importante entender o que aconteceu para ter essa suspensão.
A ANP diz que essa medida emergencial foi tomada para minimizar os impactos causados pelos recentes cortes orçamentários sofridos pela agência. Corrigida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a autorização para despesas discricionárias caiu de R$ 749 milhões em 2013 (valor corrigido pela inflação) para 134 milhões em 2024 (-82%).
Para 2025, o valor inicial previsto era de R$ 140,6 milhões, mas o Decreto nº 12.477 publicado no dia 30 de maio, gerou um bloqueio de recursos orçamentários, resultando em um corte de R$ 27,7 milhões, reduzindo o montante disponível para R$ 105,7 milhões.
Criado em 1998, o PMQC faz coletas mensais de amostras de gasolina, etanol e diesel em postos revendedores escolhidos por sorteio, englobando todas as regiões e estados no Brasil.
Essas amostras são analisadas com diversos parâmetros técnicos no Centro de Pesquisas e Análises Tecnológicas da ANP (CPT), localizado em Brasília (DF), e nos laboratórios de universidades e instituições de pesquisa contratados pela Agência.
A comercialização de combustíveis fora das especificações da ANP, com qualidade adulterada, pode gerar infração para o posto com multa que varia de R$ 20 mil a R$ 5 milhões.
As Empresas Certificadas no Programa Remessa Conforme (PRC) que são interditadas têm seus equipamentos medidores lacrados e identificados pela agência por meio de faixa contendo a seguinte frase, em caixa alta: “INTERDITADO PELA ANP”. A desinterdição, bom destacar, somente poderá ser realizada pela ANP, por órgãos públicos conveniados ou por representante indicado pela ANP.
Alguns cuidados são fundamentais para os motoristas na hora de abastecer — e estes devem ser redobrados agora sem fiscalização.
É importante que você abasteça sempre em um posto de sua confiança, onde a qualidade do combustível já se provou boa para o seu carro.
Optar por postos de empresas conhecidas do setor, por exemplo, também minimiza a chance de combustível adulterado. Desconfie de qualquer estabelecimento com alguma bandeira que você nunca ouviu falar. E seja lá qual for o posto, de rede grande ou pequena, se você sentir qualquer comportamento diferente no desempenho do carro, há indícios de adulteração.
Desconfie também de postos com o preço do litro muito abaixo do praticado na região. Isso também pode ser um indicativo de combustível adulterado. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem um canal específico para receber denúncias de postos de combustíveis. Outro canal para fazer denúncias é o Programa Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon).
Alguns comportamentos do carro indicam adulteração de combustível. Gilberto Pose, especialista em combustíveis da Raízen, contribuiu para o conteúdo abaixo:
É recomendável não usar o restante do combustível presente no tanque. Algumas pessoas preferem consumir tudo por causa do custo, mas, segundo o especialista, o dono do veículo pode gastar ainda mais dinheiro com manutenção.
Se a adulteração do combustível for realmente confirmada, o recomendado é que uma drenagem completa seja feita no tanque do veículo. Esse serviço, aliás, precisa ser feito por um mecânico especializado.
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Fonte: direitonews
