Por que o Volkswagen T-Cross, SUV mais vendido do Brasil, é um sucesso?


O Volkswagen T-Cross é o SUV mais vendido do Brasil em 2023. E, mesmo sendo um projeto mais antigo do que a maioria de seus rivais e próximo da primeira reestilização, o utilitário compacto emplacou 72.441 unidades – melhor ano de vendas desde o lançamento, em 2019. Os números são da Fenabrave, associação que representa as concessionárias.

Autoesporte analisa como o modelo conseguiu esse feito mesmo sendo praticamente igual há quase cinco anos.

O SUV já havia sido o mais vendido da categoria em 2020, com 60.119 unidades, mas o seu auge, até então, em relação ao volume no ano, tinha sido em 2022 — mesmo com em 2º lugar no segmento — com 65.341 unidades registradas. Esta é a primeira vez que o T-Cross supera a marca das 70 mil vendas no período de um ano.

É bom relembrar que em 2019 o SUV foi lançado em fevereiro, portanto, o primeiro ciclo completo no mercado foi em 2020.

Confira na tabela abaixo o desempenho do T-Cross desde o lançamento:

O T-Cross fechou em 2023 na liderança com certa folga: quase seis mil unidades a mais que o vice-líder, o Chevrolet Tracker. No ranking geral da categoria, o Jeep Compass, que emplacou 59.106 unidades e ficou em 4º lugar, é o único SUV médio entre os cinco primeiros colocados no mercado de forma geral.

Entre os SUVs, dois modelos são rivais diretos, Chevrolet Tracker e Hyundai Creta, e o irmão menor do T-Cross, o Nivus, aparece pela primeira vez entre os cincos melhores colocados.

Veja a tabela:

Desde o lançamento do T-Cross, alguns rivais foram lançados, (como Fiat Fastback), outros tiveram novas gerações, (casos do Chevrolet Tracker e Honda HR-V) e alguns se modernizaram (Hyundai Creta e Jeep Renegade). Mas nenhum conseguiu desbancar o veterano com projeto antigo – o modelo da GM faturou a categoria em 2022.

Apenas com mudanças pontuais desde a estreia, pode parecer surpreendente o T-Cross ser líder em 2023 do segmento mais disputado do Brasil, mas quando analisamos alguns pontos específicos, não existe surpresa. Visual nunca foi o principal atrativo do SUV da Volkswagen, e certamente em questão de beleza seus concorrentes estão à frente, mas existes outros méritos.

O T-Cross foi pioneiro ao oferecer motor turbo (da família TSI) em toda sua gama desde o lançamento, em tempos que os rivais tinha motores aspirados. Os propulsores em questão são: 1.0 de três cilindros, 128 cv e 20,4 kgfm, e 1.4 de 150 cv e 25,5 kgfm. Atualmente, só há opção de câmbio automático de seis marchas para ambos.

A aceleração de 0 a 100 km/h, por exemplo, é feita em 8,7 segundos no T-Cross com motor 1.4. Na comparação com o Renegade 1.3 turbo, seu concorrente mais potente com 185 cv, a marca é um pouco inferior mesmo com 35 cv a mais: 8,8 s. As versão do T-Cross 1.0 também aceleram muito bem, com marca de 0 a 100 km/h em 10,1 s. O Tracker 1.0 turbo faz o mesmo em 10,5 s, enquanto o Creta 1.0 turbo cumpre em 11,5 s. Todos os números são das respectivas fabricantes.

O consumo médio, segundo o Inmetro, também é um ponto positivo do T-Cross. Com motor 1.0 as marcas são: 8,3 km/l (etanol) e 12 km/l (gasolina) na cidade, enquanto na rodovia esses números ficam em 10,1 km/l (etanol) e 14,4 km/l (gasolina). Com o 1.4 TSI essas marcas vão para: 8,2 km/l (etanol) e 11,8 km/l (gasolina) na cidade, e 10 km/l (etanol) e 14,2 km/l (gasolina) na rodovia.

Na relação média de desempenho e consumo, o T-Cross pode ser considerado o melhor da categoria. E nas dimensões, o modelo se destaca (e muito) no espaço interno com seu generoso entre-eixos.

Confira a tabela:

O T-Cross pode ser um projeto antigo, mas na sua lista de equipamentos — dependendo da versão —, é moderna. O SUV tem como destaque controles de tração e estabilidade, seis airbags, assistente de frenagem de emergência, controlador de velocidade adaptativo, ar-condicionado digital, painel de instrumentos com tela de 10,25 polegadas e central multimídia VW Play com tela de 10,1 polegadas.

Na questão de acabamento interno e visual, o T-Cross fica para trás na comparação com seus rivais. A lista de equipamentos é bem equilibrada, entretanto, no que diz respeito a desempenho, ergonomia, consumo e espaço interno, o SUV da Volkswagen consegue abrir vantagem sobre os demais e justificar a liderança do segmento mesmo com seu visual pouco chamativo.

O T-Cross tem preços de R$ 119.990 a R$ 175.990, que é a faixa média entre todos os rivais. A chegada da primeira reestilização deve fazer o SUV ficar mais caro do que é atualmente, e esse fator também pode ter impulsionado as vendas em 2023 para o consumidor garantir um preço mais em conta antes da mudança.

Fabricado em São José dos Pinhais (PR), o modelo vai manter praticamente o mesmo design da grade frontal, mas terá um filete de LED interligando os faróis, tendência criada pelo Taos. As luzes de neblina atuais são arredondadas, porém, a reestilização aposta em um design triangular. Sendo assim, o carro terá as mesmas mudanças de sua versão europeia.

A traseira do T-Cross estreia novo para-choque, com formato mais robusto e aventureiro. É possível que o bloco que interliga as lanternas tenha iluminação de LED, algo que nunca aconteceu no SUV nesses quase cinco anos à venda.

Por dentro, as mudanças serão mais discretas no painel. A central multimídia VW Play deve receber uma nova tela com bordas flutuantes. A tendência é que o layout nativo do sistema seja atualizado e tenha nova interface.

O T-Cross europeu é mais curto do que o brasileiro: a distância entre-eixos é a mesma do Polo, de 2,57 metros; no Brasil, comparando com SUVs, o Chevrolet Tracker e o Jeep Renegade têm essa mesma medida. Para o mercado latino-americano, a Volkswagen optou por montá-lo sobre a plataforma do Virtus, que tem 2,68 m de entre-eixos — 3 cm a mais do que o atual.

O Volkswagen T-Cross 2025 vai manter os motores TSI atuais: 1.0 e 1.4 turbo, ambos com câmbio automático de seis marchas. Futuramente, o T-Cross pode receber o motor 1.5 híbrido que é uma evolução do atual 1.4. Segundo o sindicato de São Carlos, o atual propulsor 1.4 tem prazo de validade em função das normas de emissão de poluentes. Isso quer dizer que o propulsor não se adequaria às regras de emissão do Proconve L8, que entram em vigor em 2025.

Mais detalhes do novo Volkswagen T-Cross devem ser revelados em breve.

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Fonte: direitonews

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