“É um instrumento a que muitos líderes recorrem com muita frequência e, na história dos Balcãs, isso é particularmente verdade”, explica.
“Os Bektashi, no começo do século XX, foram importantes lideranças em avançar esse projeto nacionalista albanês. […] E ao longo do século XX os Bektashi vão ter um papel contínuo e importante, mas vão passar por muitos momentos de perseguição política, porque ao longo do século XX os Balcãs, como um todo, e a Albânia também, serão alvo de reiteradas ingerências”, afirma.
“Edi Rama não deixou muito claro qual vai ser o modus operandi, como é que colocaria em prática [o projeto]. O que está parecendo, na verdade, e é isso que os analistas da Albânia e a população têm dito, que ele tirou um pouco o plano da cachola. Foi uma coisa que todo mundo foi pego de surpresa. Ele ainda parece não ter conversado com grupos internos antes de ter levado esse anúncio dele na Assembleia Geral da ONU.”
“Para ser sincera, o impacto foi tão pequeno que as próprias lideranças da União Europeia, que estão em diálogo com o governo da Albânia para tentar fazer as reformas e fazer com que a Albânia de fato ingresse no bloco europeu, nem levaram em consideração essa declaração. Então acho que até eles, na verdade, estão dizendo: ‘Bom, a gente sabe que isso não vai acontecer, então não é algo que vai interferir.’ Parece que é algo que veio de Edi Rama de tentar se posicionar e acenar para dois grupos distintos”, afirma a especialista.
Fonte: sputniknewsbrasil