Por que 2025 será o ano dos carros híbridos flex no Brasil


Ainda neste ano o consumidor brasileiro vai poder experimentar o primeiro carro híbrido plug-in nacional, o BMW X5, além de híbridos leves flex da Fiat, também nacionais. Em maio de 2025, será a vez de a GWM começar a fabricar, em São Paulo, o Haval H6, o primeiro híbrido plug-in com produção local registrado no Mover, programa federal de incentivos fiscais.

É por meio de lançamentos como esses que o Brasil começa a dar formato ao seu modelo de transição energética e à escolha de caminhos para se inserir no processo global de eletrificação e de redução de emissões de gases de efeito estufa.

O programa Mover, que oferece tributação reduzida a empresas que investirem em inovação e veículos mais limpos, foi, em grande parte, o empurrão que o setor precisava para tomar decisões que chegam um tanto atrasadas quando comparadas ao que já se vê na Europa, nos Estados Unidos e na Ásia.

Essas regiões avançam rumo à eletrificação total, mesmo tendo revisto algumas metas recentemente. Jaime Ardila, ex-presidente da General Motors na América do Sul e fundador da Hawksbill, consultoria com sede nos EUA, estima que, em 2030, mais de um terço da produção global anual será composta de modelos 100% elétricos fabricados na Europa, nos EUA e na China, em um total aproximado de 32 milhões de unidades.

O avanço da concorrência chinesa foi outro motivo que levou montadoras instaladas no Brasil há mais tempo a decidirem pelo investimento em modelos híbridos.

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Nesse contexto, o híbrido leve com motor flex tornou-se peça-chave. Embora não ofereça a experiência plena do motor elétrico, o híbrido leve, aliado ao etanol, é apontado como caminho para ajudar na descarbonização do transporte e no acesso de consumidores de menor poder aquisitivo à eletrificação.

A expertise da engenharia brasileira em biocombustíveis é o que possibilita que as empresas do setor aproveitem os incentivos fiscais oferecidos no programa governamental não só para desenvolver produtos para o mercado local como também para exportar conhecimento.

Já faz algum tempo, por exemplo, que a Índia tem se aproximado do Brasil para aprender como usar o etanol, e foi a partir disso que o país asiático passou a elevar a mistura do derivado da cana à gasolina.

Recentemente, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) divulgou estudo feito em parceria com o Boston Consulting Group (BCG) que indica dois cenários. Numa transição acelerada, modelos híbridos e elétricos dominariam o mercado brasileiro, com 54% das vendas já em 2030. No cenário de transição gradual, em 2035 os eletrificados representariam 65% do mercado brasileiro dos zero-km.

Fica, assim, cada vez mais claro que a próxima geração de carros fabricados no Brasil será eletrificada. Resta, no entanto, saber quando surgirão políticas públicas corajosas o bastante para criar leis de inspeção veicular e, consequentemente, renovação de frota. Tirar os carros velhos, poluentes e inseguros das ruas seria tão ou mais eficiente do que a eletrificação das próximas gerações de veículos.

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Fonte: direitonews

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