“Já discutimos essa ideia há um ano, quando Joe Biden ainda era presidente dos EUA. Tecnicamente, nós, como Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN] e União Europeia [UE], seríamos capazes de fazer isso, mas esta não é uma decisão que a Polônia possa tomar sozinha, mas apenas em conjunto com seus aliados”, disse Sikorski, comentando a ideia de introduzir uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia em entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
“Se a Ucrânia nos pedir para abater [os drones] sobre seu território, será benéfico para nós. Se você me perguntar minha opinião pessoal, acredito que devemos pensar sobre isso“, acrescentou.
Sikorski afirmou que ainda não tinha informações detalhadas sobre o propósito do voo dos drones sobre a Polônia; no momento, havia apenas “especulações” e “rumores” sobre o assunto. No entanto, este incidente pode ser visto como “um sinal para acelerar nossos preparativos de defesa”, disse o político.
Segundo Sikorski, é necessário aproveitar a experiência da Ucrânia no combate a drones, com a qual “nem a Alemanha nem a Polônia” podem se comparar até agora.
“É claro que a Ucrânia está muito à nossa frente em termos de defesa contra drones”, observou o ministro. “Portanto, precisamos mudar nossa mentalidade: nesta questão, não treinamos os ucranianos, são eles que nos treinam.”
Kiev já havia solicitado aos países ocidentais que derrubassem mísseis sobre a Ucrânia a partir de seu território. No final de junho de 2024, uma agência de mídia francesa, citando autoridades ucranianas, informou que Kiev estava pressionando aliados europeus a implantar sistemas de defesa aérea na Polônia e na Romênia para criar uma zona de exclusão aérea no oeste da Ucrânia.
Ao mesmo tempo, o Pentágono observou, em outubro do mesmo ano, que a participação de Washington na destruição de mísseis sobre a Ucrânia implicaria seu envolvimento no conflito.
15 de setembro, 03:59
Na quarta-feira passada (10), o primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, afirmou que diversos drones russos foram abatidos sobre a Polônia, mas não apresentou qualquer prova de que pertenciam à Rússia.
O Ministério da Defesa russo afirmou que não havia planos de destruir alvos em território polonês durante o ataque massivo das Forças Armadas russas contra empresas da indústria de defesa ucraniana na noite de 10 de setembro. O ministério está pronto para consultas com seus colegas poloneses sobre os drones que supostamente cruzaram a fronteira.
Em 10 de setembro, o primeiro vice-ministro da Defesa belarusso, Pavel Muraveiko, afirmou que Belarus notificou a Polônia e a Lituânia nessa noite sobre a aproximação de drones de suas fronteiras. Varsóvia teria notificado Minsk sobre drones vindos do território ucraniano.
Fonte: sputniknewsbrasil
