O Partido Popular Suíço (SVP), o maior grupo na câmara baixa do Parlamento do país, afirmou que a neutralidade é parte integrante da prosperidade da Suíça e iniciou um referendo para incorporar o princípio na Constituição.
Lideranças importantes da sigla argumentaram que Berna não deveria ter sediado a cúpula deste fim de semana, sobre um possível processo para a paz na Ucrânia, sem a Rússia, e Nils Fiechter, chefe da ala jovem do SVP, deu um veredicto contundente sobre as negociações.
“A conferência não alcançará nada”, disse Fiechter neste domingo (16). “A coisa toda é uma farsa absoluta e uma vergonha para o nosso país”, afirmou o político, citado pela Reuters.
A cúpula realizada no resort de luxo de Buergenstock, em Lucerna, provocou um acalorado debate sobre se a Suíça deveria abandonar a sua neutralidade, uma posição profundamente enraizada na psique da população, destaca a mídia.
As potências ocidentais e outras nações presentes na conferência procuraram um consenso para condenar a operação russa na Ucrânia, mas uma grande parte dos países do Sul Global, incluindo o Brasil, não assinaram o documento final.
Fiechter disse que o governo suíço cedeu “cegamente” à pressão internacional ao não convidar a Rússia.
“A Suíça está […] permitindo que a Ucrânia dite quem pode ou não ser convidado para esta conferência e está permitindo que ela se transforme em um espetáculo de [Vladimir] Zelensky […]. Agora, corremos o perigo, e é um grande perigo, de a Suíça se permitir ser arrastada para uma guerra mundial“, acrescentou o líder.
O país europeu concordou em sediar a conferência a pedido de Zelensky, mas Berna declarou que a Rússia deve estar envolvida no processo.
“As decisões da cúpula sobre a Ucrânia em Burgenstock, Suíça, não podem ser implementadas sem a participação da Rússia”, disse o ministro das Relações Exteriores suíço, Ignazio Cassis, neste domingo (16).
O Kremlin descreveu a Suíça como “abertamente hostil” e inadequada para mediar os esforços de construção da paz, em particular devido à adoção de sanções da União Europeia contra Moscou.
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Fonte: sputniknewsbrasil