Pesquisadores da Universidade de St. Andrews descobriram que planetas gigantes flutuantes, que não orbitam estrelas, podem formar seus próprios sistemas planetários em miniatura. A pesquisa usou dados do Telescópio Espacial James Webb (JWST, na sigla em inglês) e foi publicada no portal arXiv.
Esses objetos, com massa entre 5 e 10 vezes a de Júpiter, são semelhantes a planetas gigantes, porém livres no espaço. Apesar de serem difíceis de observar por emitirem principalmente em infravermelho, são considerados cruciais para responder a perguntas importantes da astrofísica moderna.
Acredita-se que esses planetas sejam formados pelo colapso de nuvens de gás, como as estrelas, mas sem adquirir massa suficiente para iniciar a fusão nuclear. Alguns deles podem ter se formado ao redor de estrelas e depois sido ejetados, tornando-se solitários.
A equipe internacional observou oito desses corpos celestes, todos muito jovens, entre agosto e outubro de 2024. Para isso, usaram instrumentos infravermelhos extremamente sensíveis do JWST, capazes de realizar análises espectroscópicas detalhadas e até então inéditas.
Os dados confirmaram que esses planetas têm massas semelhantes às de Júpiter. Seis deles apresentaram excesso de emissão infravermelha, indicativo de poeira quente ao redor — uma assinatura de discos protoplanetários, locais onde planetas podem se formar.
Para além disso, foi detectada emissão de silicato nesses discos, um sinal inicial de formação de planetas rochosos. Essa é a primeira vez que esse tipo de emissão é visto em objetos com massa planetária, reforçando pesquisas anteriores que indicam que discos ao redor desses corpos podem durar milhões de anos.
Segundo o doutor Aleks Scholz, os planetas flutuantes poderiam gerar sistemas semelhantes ao Sistema Solar, porém centenas de vezes menores. Já a doutora Belinda Damian ressalta que a formação de planetas não é exclusividade das estrelas e pode ocorrer até em mundos solitários, revelando novas possibilidades para entender o Universo.
Fonte: sputniknewsbrasil