Peugeot 208 turbo tem motor de Fiat Fastback e estreia a partir de R$ 100 mil; já dirigimos


Três anos após o lançamento, o Peugeot 208 finalmente tem motor turbo. Trata-se do mesmo 1.0 que equipa o trio da Fiat: Fastback, Pulse e Strada. Portanto, desenvolve 130 cv e 20,4 kgfm, o que dá ao modelo o posto de hatch de entrada mais potente do mercado. São três versões turbinadas, Allure, Style e Griffe — e os preços vão de R$ 100 mil a R$ 115 mil, como mostra a tabela abaixo. Autoesporte já dirigiu o carro e gostou bastante.

As configurações de entrada Like e Style mantêm o 1.0 Firefly de três cilindros (o mesmo de Argo, Cronos e C3), que rende até 75 cv e 10,7 kgfm, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas. O motor 1.6 aspirado de até 118 cv e 16,1 kgfm será mantido linha para atender frotistas.

Se você estava esperando o novo visual do 208 com a chegada do motor turbo, vai precisar esperar mais um pouco. O modelo foi reestilizado em julho na Europa, já com o logotipo novo da marca, e ainda não foi confirmado para o Brasil. Entretanto, certamente o hatch virá para cá em meados de 2024 ou mesmo 2025.

Dessa forma, o 208 turbo continua com o design atual, que traz as luzes diurnas de LED em formato de dente de sabre. Porém, só as versões mais caras, Style e Griffe, trazem todo o conjunto de LED. A única diferença das opções turbo é que na traseira tem a assinatura “200”, que faz referência a torque: 200 NM, que corresponde aos 20,4 kgfm na conversão. O câmbio é sempre CVT.

A versão Allure traz todos os itens de série da versão Active 1.6, com destaque para central multimídia com tela de 10,3 polegadas com conexão sem fio de Android Auto e Apple CarPlay, ar-condicionado digital, direção com assistência elétrica, vidros elétricos nas quatro portas, volante multifuncional esportivo, sensor de estacionamento, câmera de ré, controles de tração e de estabilidade, DRL de LED e as novas rodas aro 16” com acabamento Black Diamond.

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Essa versão ainda pode receber teto panorâmico, carregador por indução, iluminação interior traseira, revestimento de couro no volante e apoio de braço para o motorista com o pacote opcional Excellence, que custa R$ 5.000.

A versão intermediária Style (a que dirigimos) oferece tudo que há na Allure + Excellence, e ainda tem câmera com visão 180º, faróis full-LED, teto panorâmico, além do i-Cockpit 3D com o cluster 3D. Itens de série como rodas aro 17 com acabamento cinza diamantado, interior escurecido, bancos de couro e Alcantara com costuras azuis e pedais com acabamento de alumínio são exclusivos dessa versão.

A versão Griffe tem todos os equipamentos dos modelos anteriores, e ainda incorpora faróis full-LED, 6 airbags, i-Cockpit 3D, câmera com visão 180º, sensor de chuva, ponteira cromada e o pacote de assistentes de condução semiautônomos, como alerta de colisão, frenagem de emergência automática, reconhecimento automático de placas de velocidade, detector de fadiga e alerta e correção de permanência em faixa.

O contato de Autoesporte com o 208 turbo foi breve, mas o suficiente para sentir uma evolução enorme. O local escolhido foi o autódromo na Fazenda Capuava, no interior de São Paulo, que é composto por 16 curvas.

A posição de dirigir e o conforto do 208 são os melhores entre os hatches, na minha opinião. Mas o motor 1.6 aspirado dava um banho de água fria no motorista, deixando o desempenho muito aquém da expectativa criada pela ergonomia da cabine. Isso melhorou com o motor 1.0 Firefly e chegou ao auge na versão turbinada.

O hatch está ágil e uma delícia de dirigir, com uma direção bem precisa, inclusive em velocidades elevadas. O 208 acelera forte e deixa a sensação de não ter fôlego suficiente no passado. A marca de 0 a 100 km/l, que é feita em 12,6 segundos com o 1.6, melhora em mais de três segundos com o motor turbo: 9,2 s.

Colocar um carro urbano dentro de uma pista não desperta a sensação clara do que você terá no dia a dia, já que a dinâmica é totalmente diferente do que vamos enfrentar nas ruas. O asfalto também é impecável, algo raro nas grandes cidades. Entretanto, ainda é possível ter algumas percepções do que vai acontecer na “vida real”.

A suspensão recebeu um ajuste exclusivo da engenharia para as versões turbinadas e continua muito boa e confortável — só não deu para saber o comportamento em solos irregulares. Em curvas mais fechadas em alta velocidade, a rolagem da carroceria chega a incomodar na cabine. Porém, encontrar curvas assim é uma tarefa difícil, mesmo nas rodovias.

A principal crítica é o comportamento do câmbio CVT, que limita o potencial do motor 1.0 turbo. A transmissão trabalha com rotações elevadas em situações que não precisa, trazendo muito ruído para a cabine quando o motorista pisa fundo no acelerador.

Esse câmbio causa uma experiência estranha para o condutor, mas seu principal objetivo é economizar combustível, e o consumo do 208 Style turbo fica na média do esperado. Com etanol faz média de 8,3 km/l (cidade) e 9,8 km/l (rodovia), já com gasolina os números saltam 12 km/l (cidade) e 13,6 km/l (rodovia).

Mesmo com contato rápido e fora do contexto que o 208 vai encarar no dia a dia, o hatch mostrou que a vida de Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Volkswagen Polo — trio que oferece motor turbo há muito tempo — deve ficar mais difícil. Na comparação de potência o 208 leva vantagem em relação aos três, já que Onix e Polo têm 116 cv e o HB20 entrega 120 cv.

Na comparação de vendas, o 208 foi o que menos emplacou no acumulado de 2023: 17.967 unidades. Em primeiro posição está o Onix (62.715), seguido de Polo (62.412) e HB20 (54.180). Os dados são da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) até o fechamento do mês de agosto.

Nos números, o 208 ainda está bem atrás dos rivais, mas fôlego para incomodar a concorrência daqui em diante não vai faltar.

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Fonte: direitonews

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