A despeito do anúncio recente do Ministério da Fazenda, no sentido de retomar integralmente a cobrança dos tributos federais (sobretudo, PIS/Cofins), incidentes sobre os combustíveis, a Petrobras acaba de divulgar, nesta terça-feira (28) a redução de 3,93% do preço médio do litro da gasolina e de 1,95% do litro do óleo diesel, vendidos às distribuidoras, a partir de amanhã (1º.3).
Enquanto o reflexo da redução dos insumos energéticos ao consumidor continua uma incógnita, as ações da Petrobras (PETR3, PETR4) apuraram forte queda, hoje (28), após a divulgação da medida pela petroleira, com as ações preferenciais recuando 2,45%, a R$ 25,51, após uma baixa de 2,9% mais cedo. Já as ordinárias caíam 3,09%. O Ibovespa também chegou a registrar queda de 0,37%.
Como resultante, o valor do litro da gasolina às distribuidoras foi reduzido de R$ 3,31 para R$ 3,18, o que representa um recuo de R$ 0,13 por litro, ao passo que o litro do diesel baixa de R$ 4,10 para R$ 4,02 – redução de R$ 0,08 por litro.
Uma das explicações recorrentes do mercado é de que os valores dos combustíveis no país estariam acima dos praticados no mercado internacional (prêmio), dentro do critério de paridade em relação à cotação externa da commodity.
Ainda assim, as reduções contrastam com a iminência da volta da cobrança dos tributos citados sobre os combustíveis – e seu impacto inflacionário óbvio – enquanto o Executivo diz pretender manter a isenção, até o final do ano, para alguns derivados do petróleo.
Por meio de nota, a petroleira explica que sua ‘política’ de preços de derivados visa ‘evitar’ o repasse da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio, enquanto busca ‘preservar’ um ambiente competitivo ‘salutar’, conforme a atual legislação.
“Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual, contemplando as principais alternativas de suprimento dos nossos clientes e a participação de mercado necessária para a otimização dos ativos”, assinala a estatal, em seu comunicado.
Quanto ao reflexo da medida da companhia sobre o preço final ao consumidor, o consenso de especialistas é de que um eventual reflexo nas bombas vai depender de uma série de variáveis, como incidência de impostos, margens de distribuição e revenda, e mistura de biocombustíveis.
Fonte: capitalist