Giroscópios são fundamentais para sistemas de navegação inercial, pois detectam a orientação e a rotação de objetos em movimento sem depender de sinais externos, como os de satélites. Isso os torna ideais para uso em ambientes onde a interferência é um risco, como em operações militares e de segurança.
Os giroscópios de fibra óptica, ao contrário dos tradicionais com partes móveis, funcionam com base na variação do movimento da luz em fibras ópticas. Um modelo amplamente utilizado é o giroscópio interferométrico de fibra óptica (IFOG, na sigla em inglês), presente em setores como o aeroespacial, defesa e veículos autônomos. No entanto, seu desempenho tem sido limitado pelas propriedades físicas das fibras de núcleo sólido.
© Foto / ESAEste é o Astrix 1090, o modelo de unidade de medição inercial (IMU/IRU) da série Astrix 1000, desenvolvido para aplicações espaciais, especialmente em satélites e sondas de longa duração que utiliza giroscópios de fibra óptica (FOG, na sigla em inglês)
Este é o Astrix 1090, o modelo de unidade de medição inercial (IMU/IRU) da série Astrix 1000, desenvolvido para aplicações espaciais, especialmente em satélites e sondas de longa duração que utiliza giroscópios de fibra óptica (FOG, na sigla em inglês)
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Para superar essas limitações, um estudo conduzido pelo Instituto de Pesquisa de Instrumentos de Navegação de Tianjin e pela Universidade de Jinan desenvolveu um novo tipo de giroscópio com fibras de núcleo de ar, que são menos sensíveis a variações ambientais como temperatura, radiação e campos magnéticos.
A inovação, publicada na Nature Communications, reduz a necessidade de componentes de proteção volumosos, o que diminui custos, consumo de energia e espaço de instalação.
Embora o uso de fibras ocas tenha sido proposto em 2006, até agora não havia sido demonstrado um modelo de alta precisão. A equipe liderada por Ding Wei conseguiu reduzir a sensibilidade térmica do novo giroscópio em cerca de dez vezes em comparação com os modelos de núcleo sólido, marcando um avanço significativo na área.
Segundo o South China Morning Post (SCMP), apesar do progresso, Ding reconhece que o novo giroscópio ainda não superou os modelos tradicionais em termos de precisão absoluta. No entanto, os resultados obtidos representam um passo importante rumo a sistemas de navegação mais precisos e adaptáveis a ambientes extremos.
A expectativa é que, com melhorias contínuas, o giroscópio de núcleo de ar possa se tornar uma alternativa superior para aplicações críticas em navegação inercial.
Fonte: sputniknewsbrasil