Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, encontraram evidências de que adultos de meia-idade, entre 40 e 50 anos, que têm pesadelos regularmente são mais propensos a sofrer de demência em comparação aos que não os têm. A descoberta foi publicada nessa quarta-feira (21/9), na revista eClinicalMedicine.
Os cientistas acreditam que os pesadelos podem ser uma consequência da neurodegeneração do lobo frontal direito, localizado na parte da frente do cérebro. A descoberta pode ajudar médicos e pacientes a identificarem a doença ainda nos estágios iniciais, contribuindo com estratégias para retardar a progressão do problema e o aparecimento de sinais mais severos.
“Pouquíssimos indicadores de risco para demência podem ser identificados já na meia-idade. Embora mais trabalhos precisem ser feitos para confirmar essas ligações, acreditamos que os pesadelos podem ser uma maneira útil de identificar indivíduos de alto risco”, escreveu o neurologista Abidemi Otaiku, professor da Universidade de Birmingham e principal autor do estudo.
A pesquisa foi dividida em duas partes e contou com a participação de cerca de 3,2 mil pessoas. Na primeira etapa, 605 adultos sem demência, com idades entre 35 e 65 anos, foram acompanhados durante nove anos. Os voluntários realizaram um teste de memória no início do estudo e outro ao final e responderam questionários sobre seus padrões de sono.
Essas informações foram usadas para medir o declínio cognitivo, um processo natural do envelhecimento mas que, quando ocorre mais rápido do que o esperado, pode ser um sinal de demência.

Alzheimer é uma doença degenerativa causada pela morte de células cerebrais e que pode surgir décadas antes do aparecimento dos primeiros sintomasPM Images/ Getty Images

Por ser uma doença que tende a se agravar com o passar dos anos, o diagnóstico precoce é fundamental para retardar o avanço. Portanto, ao apresentar quaisquer sintomas da doença é fundamental consultar um especialista Andrew Brookes/ Getty Images

Apesar de os sintomas serem mais comuns em pessoas com idade superior a 70 anos, não é incomum se manifestarem em jovens por volta dos 30. Aliás, quando essa manifestação “prematura” acontece, a condição passa a ser denominada Alzheimer precoceWestend61/ Getty Images

Na fase inicial, uma pessoa com Alzheimer tende a ter alteração na memória e passa a esquecer de coisas simples, tais como: onde guardou as chaves, o que comeu no café da manhã, o nome de alguém ou até a estação do anourbazon/ Getty Images

Desorientação, dificuldade para lembrar do endereço onde mora ou o caminho para casa, dificuldades para tomar simples decisões, como planejar o que vai fazer ou comer, por exemplo, também são sinais da manifestação da doençaOsakaWayne Studios/ Getty Images

Além disso, perda da vontade de praticar tarefas rotineiras, mudança no comportamento (tornando a pessoa mais nervosa ou agressiva), e repetições são alguns dos sintomas mais comunsKobus Louw/ Getty Images

Segundo pesquisa realizada pela fundação Alzheimer’s Drugs Discovery Foundation (ADDF), a presença de proteínas danificadas (Amilóide e Tau), doenças vasculares, neuroinflamação, falha de energia neural e genética (APOE) podem estar relacionadas com o surgimento da doençaRossella De Berti/ Getty Images

O tratamento do Alzheimer é feito com uso de medicamentos para diminuir os sintomas da doença, além de ser necessário realizar fisioterapia e estimulação cognitiva. A doença não tem cura e o cuidado deve ser feito até o fim da vidaTowfiqu Barbhuiya / EyeEm/ Getty Images
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A segunda etapa do estudo acompanhou cerca de 2,6 mil idosos com mais de 80 anos ao longo de cinco anos. Foi solicitado que eles descrevessem a frequência com que tinham pesadelos. Nenhum deles apresentava demência no início da pesquisa.
Os cientistas descobriram que os adultos de meia-idade que tiveram ao menos dois pesadelos por semana eram quatro vezes mais propensos a sofrer um declínio cognitivo significativo ao longo dos anos, quando comparados aos que não tiveram pesadelos. Para os idosos com mais de 80 anos, o risco de receber o diagnóstico de demência era apenas duas vezes maior.
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