Pequim não contará só com porta-aviões em eventual confronto com EUA sobre Taiwan, diz especialista


As Forças Armadas da China realizaram exercícios e patrulhas planejados no mar e no espaço aéreo ao redor de Taiwan de 8 a 10 de abril, praticando manobras conjuntas de cerco e contenção da ilha, com o porta-aviões Shandong participando do exercício pela primeira vez.

Liaoning e Shandong

A China tem atualmente dois porta-aviões, o Liaoning e o Shandong, com um terceiro porta-aviões, o Fujian, lançado à água em junho de 2022.
O Liaoning foi o primeiro porta-aviões chinês. Foi construído com base em um porta-aviões soviético inacabado adquirido da Ucrânia em 1998, que foi herdado após o colapso da URSS.
O trabalho no navio começou no estaleiro Dalian na China em 2005. O Liaoning passou seus primeiros testes marítimos em 2011 e entrou para a Marinha chinesa em setembro de 2012.
O Shandong é o segundo porta-aviões da China e o primeiro de produção nacional. Seu projeto segue o do Liaoning. O porta-aviões esteve em construção desde 2013, foi lançado à água em abril de 2017 e entrou para a Marinha em 2019.
Ele tem 315 metros de comprimento, 75 metros de largura, desloca 70.000 toneladas e tem uma velocidade de cruzeiro de 31 nós. A mídia chinesa relatou que 36 caças Jian-15 (J-15) poderiam ser baseados a bordo.
O terceiro porta-aviões chinês, Fujian, foi o primeiro porta-aviões chinês com tecnologia de catapulta eletromagnética para lançamento de aeronaves, projetado e construído inteiramente na China.
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“O projeto do porta-aviões Shandong foi baseado no porta-aviões Liaoning, são muito parecidos, mas o porta-aviões Shandong passou por muitas melhorias para se adaptar mais eficazmente às exigências da guerra marítima moderna”, explicou Qian Liyan.
Ele indicou que o Shandong tem maior eficiência operacional e um método de gerenciamento mais eficiente e, o mais importante, pode transportar mais aviões.
O Liaoning pode transportar um máximo de 24 caças J-15, enquanto o Shandong pode 36.
Além disso, o sistema de radar do Shandong é mais avançado do que o do Liaoning.
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Confronto com grupo de porta-aviões dos EUA

Qian Liyan apontou que, no momento, será difícil para o porta-aviões Shandong lidar com um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA sozinho.

“Contudo, na área do mar do Sul da China a China não vai depender de seus porta-aviões para combater um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA, afinal está à nossa porta e nossas Forças de Defesa Antiaérea também podem ser usadas como apoio, combinando assim todos os tipos de forças“, sublinhou o especialista.

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Ele observou que Pequim pode usar três aeródromos nas ilhas no mar do Sul da China, para os quais poderia transferir forças de ataque se necessário, e que as próprias ilhas poderiam ser utilizadas como postos avançados de detecção por radar muito poderosos.

“Por exemplo, quando um grupo de ataque de porta-aviões dos EUA entrar no mar do Sul da China, os sonares, os radares e os satélites chineses podem detectar o alvo na fase inicial e é provável que não seja necessário enviar um porta-aviões“, disse Liyan.

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Ao mesmo tempo, o analista enfatiza que as ações da China são de natureza puramente defensiva, o que também pode ajudar no suposto conflito.

“Não há nenhum desejo na mentalidade da China de dominar o mundo, todos os esforços de defesa estão concentrados em proteger sua própria segurança, portanto, as forças que a China pode usar para garantir sua segurança são mais concentradas do que as dos EUA, que precisam espalhar sua hegemonia pelo mundo“, apontou ele.

As relações oficiais entre o governo central da China e sua província insular se romperam em 1949, após as forças derrotadas do Kuomintang, lideradas por Chiang Kai-shek, terem se mudado para Taiwan no final da guerra civil contra o Partido Comunista chinês.
Os contatos comerciais e informais entre a ilha e a China continental foram retomados no final dos anos 80. Desde o início dos anos 90, os dois lados têm estado em contato só através de organizações não governamentais.

Fonte: sputniknewsbrasil

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