A UE congelou mais de 6 bilhões de euros (R$ 31,74 bilhões) previstos para os pagamentos da Hungria, explicando que o país não cumpriu os requisitos para combater a corrupção, aumentar a transparência nas compras públicas e fortalecer a independência do sistema judiciário.
No entanto, o primeiro-ministro afirma que Budapeste cumpriu todas as exigências da Comissão Europeia.
“É possível que parte do dinheiro já esteja na Ucrânia. Quando não há dinheiro para dar à Ucrânia os volumes prometidos anteriormente e prometemos dar novos volumes e há alguém que não recebeu o dinheiro, é razoável supor que esse dinheiro já tenha ido embora. Não temos certeza disso, porque Bruxelas não é clara a esse respeito”, disse Orbán em entrevista à emissora estatal de rádio Kossuth.
Bruxelas devia à Hungria mais de três bilhões de euros porque Budapeste havia “pagado tudo o que tinha que ser pago”. Em termos do orçamento húngaro, essa é uma quantia significativa, acrescentou o primeiro-ministro.
Anteriormente, o chefe do gabinete do primeiro-ministro húngaro, Gergely Gulyas, disse que a Ucrânia não receberá um único centavo do orçamento da UE até que a Hungria receba o dinheiro que lhe é devido dos fundos europeus, já que é necessário um apoio unânime para alterar o orçamento da UE.
Anteriormente, a chefe da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que a CE havia revisado o orçamento plurianual da UE para o período de 2024 a 2027 e propôs que os países o aumentassem em € 66 bilhões (cerca de R$ 349 bilhões) para ajudar a Ucrânia, implementar programas de migração e refugiados e fortalecer a competitividade da união.
O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán chamou a oferta de frívola porque não se sabe para onde foi o dinheiro dado a Kiev anteriormente.
Em meados de setembro de 2022, a Comissão Europeia propôs ao Conselho da UE introduzir contra a Hungria o mecanismo condicional no orçamento europeu. Isso implicaria o congelamento de cerca de 7,5 bilhões de euros (R$ 38 bilhões) do financiamento para Budapeste. O caso é o primeiro na história da União Europeia, desde que, há dois anos, foi criado o mecanismo de condicionamento, destinado a proteger o orçamento do bloco da corrupção.
A Comissão Europeia continua a bloquear os fundos da UE para a Hungria porque quer influenciar a posição da Hungria sobre migração, educação sexual, ajuda à Ucrânia e sanções, mas Budapeste não pretende mudar seu ponto de vista sobre essas questões, que considera fundamentais, disse o primeiro-ministro húngaro. O país deve estar preparado para sérios ataques da UE, porque “Bruxelas e a máquina de propaganda liberal” não são seletivas quanto aos meios e usam todos os tipos de chantagem contra Budapeste, afirmou, por sua vez, o ministro das Relações Exteriores húngaro Peter Szijjarto.
Fonte: sputniknewsbrasil