O primeiro-ministro britânico Rishi Sunak anunciou horas antes, em uma coletiva de imprensa, transmitidas em suas redes sociais, que voos de deportação começariam em julho, alegando que seu governo pretende acabar com a onda de migrantes que atravessam o Canal da Mancha em pequenos barcos.
O impasse legislativo durou cerca de dois anos e atrasou os planos de deportação de Sunak que vem enfrentando uma série de decisões judiciais e protestos de ativistas de direitos humanos, que consideram o projeto ilegal e desumano.
A medida chegou a ser considerada ilegal pela Suprema Corte britânica, e passou por uma série de adaptações até ser aprovada e enviada para sanção do Rei Charles III.
“Durante quase dois anos, os nossos oponentes usaram todos as estratagemas a sua disposição para bloquear voos e manter a aproximação dos barcos. Basta. Chega de evasão, chega de atrasos”, declarou o primeiro-ministro na coletiva de imprensa.
O governo planeja deportar imigrantes ilegais para o Ruanda, como forma de dissuadir os migrantes que arriscam as suas vidas em frágeis barcos insufláveis na esperança de procurarem asilo assim que chegarem a solo britânico.
We are ready.
Plans are in place.
No foreign court will stop us getting flights off. pic.twitter.com/5nlPPN1ksx
— Rishi Sunak (@RishiSunak) April 22, 2024
Embora o Parlamento tenha aprovado a decisão, novas contestações judiciais poderão atrasar os voos de deportação. Os voos de deportação foram promessas políticas de Sunak durante sua campanha. As eleições locais da próxima semana são consideradas um termômetro para ver como os partidos se sairão nas eleições gerais.
A aprovação ocorre em um momento em que os países da Europa Ocidental e da América do Norte procuram formas de abrandar o crescente afluxo de migrantes, devido ao número crescente de pessoas fugindo de guerras, alterações climáticas e ditaduras opressoras.
O número de migrantes que entrou na Grã-Bretanha pelo Canal da Mancha em pequenos barcos chegou a quase 46 mil em 2022, em comparação com 299 quatro anos antes, segundo dados das autoridades. Em 2023, o número caiu para 29,4 mil, após uma campanha para reprimir contrabandistas de pessoas.
Em 2022, o governo britânico, liderado pelo então premier Boris Johnson, anunciou que havia fechado um acordo com Ruanda US$ 158 milhões (R$ 826 milhões), para enviar milhares de requerentes de asilo ao país da África. O valor aumentou e em janeiro o Reino Unido pagou US$ 300 milhões (R$ 1,55 bilhão) ao governo de Ruanda.
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Fonte: sputniknewsbrasil