“Eu não sou natural de Porto Alegre, eu sou da própria Serra Gaúcha. Vim para cá como muitos jovens para estudar e nunca tinha visto algo nesse sentido. No ano passado nós também tivemos grandes enchentes aqui, mas nada que chegasse perto do que nós estamos passando aqui na Região Metropolitana.”
🎥🇧🇷 Imagens cedidas pelo Instituto Multiplicidade à Sputnik Brasil mostram voluntários trabalhando no resgate e no acolhimento de vítimas das enchentes, incluindo cachorros e gatos.
As imagens foram feitas na última sexta-feira (3), no bairro Sarandi, na Zona Norte de Porto… pic.twitter.com/9WJjBl0KR3
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“Desde segunda passada nós já vínhamos nos bairros, principalmente da zona norte — acho que o mais proeminente é o bairro Sarandi, que é um dos maiores da cidade —, para tirar as pessoas de casa. Muitas pessoas [estão] reticentes, porque volta e meia já havia alagamento, não queriam sair porque já sabiam como era, achavam que era uma enchente normal, mas dessa vez foi bastante peculiar. Tem cidades, como Eldorado [do Sul], que 100% da cidade está embaixo d’água. A prefeitura está operando do telhado quase, do último andar da prefeitura, então tem sido bastante difícil”, relata o voluntário.
“Tem sido bastante difícil. A comunidade tem usado estratégias de bater panela para chamar atenção, mas têm sido, de fato, momentos bem complicados aqui. Principalmente nas frentes de atuação, por essa falta de sinal.”
Falta de manutenção em estruturas de contenção potencializou a tragédia
✈️⛑ FAB (@fab_oficial) resgata atingidos por enchentes no Rio Grande do Sul
Nesta terça-feira (7), a Força Aérea Brasileira (FAB), por meio da coordenação do Comando de Operações Aeroespaciais (Comae), deu continuidade à operação Taquari II, resgatando os afetados pela cheias… pic.twitter.com/i6LwdO7E5G
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“Eu mesmo tirei quatro colegas, companheiros de casa, e estão na minha casa. Eles não estão nos dados oficiais porque em nenhum momento nós falamos com a prefeitura sobre isso ou com algum órgão do Estado. Então esses números devem ser muito maiores. A gente encontrou aqui muitas pessoas que não sabem onde estão os familiares […]. Eldorado do Sul, cidade que está 100% embaixo d’água, tem milhares de pessoas que estão na beira da rodovia ao relento e que, enfim, não tem uma contagem oficial de quem está ali.”
“O período de reconstrução vai ser mais importante ainda. Nesse primeiro período tem muitos voluntários e muitas doações, mas a gente sabe que ao longo da crise e depois dela isso diminui bastante, então [é importante] a permanência no trabalho. E quem for de fora do Rio Grande do Sul procure entidades. O próprio governo do Estado tem Pix, nós no Multiplicidade também. Na nossa página do Instagram (plataforma proibida na Rússia por extremismo) estamos recolhendo doações para poder garantir o apoio para a população”, afirma o voluntário.
Fonte: sputniknewsbrasil