“A questão é a seguinte: existe essa contraposição. Os EUA veem a Rússia como adversário militar, mas o grande adversário dos Estados Unidos geoeconomicamente é a China. E essa aliança forjada entre Rússia e China […] é um fato para mudar o cenário geopolítico do mundo, tão importante quanto o que aconteceu no pós-Segunda Guerra”, acrescenta.
Por que a China está se destacando?
“A Rússia se voltou cada vez mais para o eixo do Oriente Médio, da Índia, do Paquistão e da China, sobretudo. A economia russa não colapsou. Existem declarações de altos mandatários das Forças Armadas e da inteligência ucraniana dizendo: ‘Olha, a contraofensiva já era, essa forma de recrutamento aqui está colapsando e a Ucrânia já não tem tropas’. Então, é uma admissão de que a Ucrânia não vai ter condições de tocar essa guerra adiante.”
Declínio do Ocidente como espaço de influência global
“Mas eu acho que o que nós temos, assim, de mais marcante em termos mais amplos é uma espécie de declínio do Ocidente como um espaço de poder e de influência global. Nós tivemos inúmeros eventos que vão revelando essa nova realidade internacional.”
BRICS seria um contrapeso à dominância global do Ocidente?
“Ações políticas extremamente nocivas à capacidade de desenvolvimento de Estados e sociedades. Os conflitos, eles não são obra de outra coisa senão desses níveis de desigualdade que existem no mundo, dos níveis de oportunidade que os países têm. Então, eu acho que o BRICS se coloca como um agrupamento de países que pautam coletivamente temas que são de interesse coletivo.”
Fonte: sputniknewsbrasil