A reafirmação da necessidade da educação ambiental no enfrentamento à emergência climática e à crise socioambiental global foi destacado na Carta de Manaus – Grito da Amazônia por todos os povos do mundo, divulgada na última sexta-feira (25/7). O documento consolidou os cinco dias de diálogos e trocas de experiências promovidos pelo VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, realizado em Manaus (AM).
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) apoiou o evento, que foi organizado pela Rede Lusófona de Educação Ambiental (Redeluso). Houve ainda o apoio do Ministério da Educação e do governo do Amazonas. A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participou da cerimônia de abertura, no dia 21, e da conferência de abertura, no dia 22.
Na avaliação do diretor do Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do MMA, Marcos Sorrentino, o congresso reitera o compromisso coletivo por um futuro mais sustentável e justo. “A educação ambiental é uma resposta ética e política aos desafios do nosso tempo. Este congresso deixou frutos concretos e simbólicos. São expressões de um movimento plural e articulado, que une conhecimento e ação em direção as sociedades sustentáveis com responsabilidade global”, ponderou.
O coordenador da Rede Lusófona de Educação Ambiental, Joaquim Ramos Pinto, ressaltou o congresso como ponto de convergência entre poder público, sociedade civil, academia e lideranças comunitárias. “A presença de representantes da Amazônia e dos países da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa] permitiu uma reflexão profunda sobre os desafios locais e globais. Países como Guiné-Bissau, Guiné Equatorial e Timor-Leste se comprometeram a construir suas Estratégias Nacionais de Educação Ambiental, enquanto os demais atualizarão as existentes. A meta é que, até 2027, todos estejam em plena implementação”, explicou.
O documento evidencia ainda o protagonismo das juventudes nos processos de transformação socioambiental e a necessidade de financiamento contínuo, justo e descentralizado para a efetividade da educação ambiental como política. A inclusão da educação ambiental como instrumento de governança climática global e a cooperação entre os países de língua portuguesa rumo à COP30 também são pontuadas.
Além disso, a carta anuncia que as próximas edições do congresso ocorrerão, no Timor Leste, em 2027, e em Angola, em 2029.
A edição deste ano teve como tema “Educação ambiental e ação local: respostas à emergência climática, justiça ambiental, democracia e bem viver”. A iniciativa é considerada o maior evento da lusofonia voltado à temática socioambiental.
Confira a íntegra da Carta de Manaus – Grito da Amazônia por todos os povos do mundo aqui.
Apoio do MMA
O MMA, no âmbito do projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (Amazon Sustainable Landscapes – ASL Brasil), apoiou a participação da Rede de Jovens da Reserva da Biosfera da Amazônia Central (Rede Sauim) no congresso. Alocados no estande da iniciativa, os jovens educomunicadores contribuíram com a cobertura jornalística do evento para disseminar informações e exemplos de boas práticas de educação e conservação ambiental nos territórios prioritários do projeto Mosaico do Baixo Rio Negro e Sítio Ramsar Rio Juruá, no Amazonas, além de participarem dos espaços de formação oferecidos pelo Departamento de Educação Ambiental e Cidadania do MMA e pelo evento.
O MMA também apoiou a presença de representantes dos territórios, reforçando a importância de dar voz aos atores locais nos espaços de construção coletiva. A secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais (SBio) do MMA, Rita Mesquita, destacou a necessidade de ampliar os espaços de escuta e articulação. “A educação ambiental é um instrumento estratégico para fortalecer a conservação da biodiversidade e enfrentar a crise climática com justiça social. Em todos os contextos ela reafirma o protagonismo das comunidades e juventudes na construção de soluções locais com impacto global”, disse.
O espaço do projeto também sediou diálogos sobre as sinergias entre a Reserva da Biosfera da Amazônia Central (Rbac) e os Centros de Educação Ambiental. A abordagem foi norteada pela carta de adesão à Rede Internacional de Centros de Educação Ambiental, documento composto por duas declarações que enfatizam a necessidade de promover processos de educação e cooperação socioambiental.
Em paralelo ao congresso, o ASL Brasil também auxiliou a realização da 34ª reunião ordinária do Conselho do Mosaico do Baixo Rio Negro, com a participação da secretária Rita Mesquita e do diretor Marcos Sorrentino. Os debates antecedem a Semana da Reserva da Biosfera da Amazônia Central, que será realizada em agosto.
Coordenado pelo MMA, o projeto ASL Brasil é executado pela Conservação Internacional (CI-Brasil), pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e pela Fundação Getulio Vargas (FGV Europe), em parceria com órgãos federais, estaduais e municipais de Meio Ambiente nos estados do Acre, Amazonas, Pará e Rondônia. O ASL Brasil se insere no Programa Regional ASL, implementado pelo Banco Mundial e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
(Com informações do VIII Congresso Internacional de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa)
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Fonte: gov.br