Os incêndios no Pantanal alcançam 96 dias neste domingo (7), e os esforços para conter as chamas na região persistem. De acordo com o governo do Mato Grosso do Sul (MS), há atualmente cinco focos principais de incêndio: Nabileque, Paraguai Mirim, Nhecolândia, Abobral e Morro do Cruzeiro.
Ventos intensos têm representado um dos maiores desafios recentes, dificultando as operações e contribuindo para a propagação das chamas. No Nabileque, particularmente preocupante, o fogo e as fagulhas têm se espalhado rapidamente devido às condições climáticas adversas.
“Realizamos combates diretos, monitoramento contínuo e conseguimos controlar os focos mais avançados até o momento, mas alguns persistem”, afirmou o tenente do Corpo de Bombeiros do MS, Randolfo Rocha, responsável pela operação. Ele acrescentou: “Agora enfrentamos ventos do sul com rajadas superiores a 44 km/h, o que pode intensificar alguns focos. Estamos vigilantes para combater conforme necessário.”
Com o auxílio da Força Nacional e militares do Distrito Federal, grande parte dos incêndios já foi contida. Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) lançou mais de 248 mil litros de água para apoiar os esforços.
Até o momento, 446 bombeiros do Mato Grosso do Sul estão mobilizados, além de 82 militares da Força Nacional e 233 brigadistas do Ibama. As operações em campo envolvem 39 veículos, incluindo caminhonetes, caminhões e lanchas.
Este ano registrou o pior primeiro semestre da história do Pantanal em termos de destruição do bioma, com 3.538 focos de incêndio que consumiram 700 mil hectares até junho. A área afetada chegou a 712 mil hectares até a última terça-feira (2), representando 4,72% do Pantanal.
Um estudo do MapBiomas indicou que aproximadamente 9% da vegetação do bioma pode ter sido degradada pelos incêndios nos últimos cinco anos.
Junho de 2024 foi o mês com a maior média de área queimada no Pantanal desde o início da série histórica em 2012, conforme dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ. Durante este período, mais de 411 mil hectares foram devastados pelos incêndios, superando a média histórica de cerca de 8 mil hectares para o mesmo período.
A previsão de um período de seca severa de maio a setembro agrava ainda mais a situação, segundo a WWF-Brasil, que alerta para a possibilidade da crise hídrica mais grave da história.
A Polícia Federal (PF) está investigando as origens dos incêndios em algumas áreas do bioma, com a ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, destacando que 85% dos incêndios ocorrem em propriedades privadas.
Fonte: gazetabrasil