Palestinos estão desesperados, famintos e param caminhões de ajuda em busca de alimentos, diz ONU


Ao retornar ontem (14) da província de Rafah, Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência de Assistência e Obras das Nações Unidas (UNRWA, na sigla em inglês), disse que a população na Faixa de Gaza está “desesperada, faminta e aterrorizada”.
“Eu vi com meus olhos que as pessoas em Rafah começaram a decidir se servir diretamente do caminhão, em desespero total e comer o que pegaram do caminhão no local […] isso não tem nada a ver com desvio de ajuda”, disse o comissário segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
A província, perto da fronteira egípcia, tornou-se agora o “epicentro do deslocamento”, com mais de um milhão de pessoas procurando abrigo lá, explicou Lazzarini. As instalações da UNRWA estão extremamente superlotadas, o que significa que inúmeras dezenas de milhares de pessoas não têm “absolutamente para onde ir“.
“Os sortudos são aqueles que têm um lugar dentro das nossas instalações”, disse ele, especialmente agora que o inverno começou. Quem está de fora tem que viver ao ar livre, “na lama e na chuva”, afirmou Lazzarini.
Forças de Defesa de Israel (FDI) fazem ataque aéreo em Rafah, na Faixa de Gaza, na tarde de 13 de outubro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 13.12.2023

O que continua a me chocar é o nível cada vez maior de desumanização“, disse Lazzarini, deplorando o fato de que alguns possam “torcer irregularidades nesta guerra […] o que está a acontecer em Gaza deveria indignar todo mundo” e fazer-nos “repensar os nossos valores“, insistiu: “Este é um momento decisivo para todos nós e para a nossa humanidade compartilhada.”
O comissário ainda disse que está “horrorizado com a campanha difamatória que visa os palestinianos e aqueles que lhes prestam ajuda“, instando os meios de comunicação social a “nos ajudarem a combater a desinformação e as imprecisões” e sublinhando que a verificação dos fatos é fundamental.
Até o momento, o número de mortes na Faixa de Gaza chegou a triste marca dos 19 mil, conforme noticiado pelo Ministério da Saúde de Gaza na segunda-feira (12). Mesmo com a situação alarmante e o cessar-fogo pedido pelos países-membros da Assembleia Geral da ONU, Israel disse que continuará sua campanha, a qual pode “durar meses”.

Fonte: sputniknewsbrasil

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