“Taiwan nos últimos anos tem se voltado como um player estratégico, não somente pela questão territorial, que a China reivindica, mas acima de tudo pela questão dos semicondutores. Os Estados Unidos têm interesse estratégico e geopolítico nessa região, e acho que não vai largar essa região tão fácil”, afirma.
“Ao criar o AUKUS, uma aliança militar, uma pressão bélica, uma pressão política, uma pressão econômica próxima à China, você força a China a gastar energia e a se defender dessa questão. É muito mais barato para os Estados Unidos e para a OTAN, ou os parceiros dos Estados Unidos gerarem essa pressão na China do que a China reequilibrar essa ação do AUKUS”, explica.
China na mira: alçada do Ocidente pode render sanções?
“Essas sanções se baseiam em proibir a exportação de insumos estadunidenses que pudessem servir, por exemplo, para a fabricação de semicondutores na China”, exemplifica.
“Ele [Trump] mencionou em algumas entrevistas que se Taiwan quer a nossa proteção [dos EUA], terá que pagar por isso”, relata o pesquisador.
Ineficiência da OTAN na Ucrânia fez surgir casamento entre ‘urso e dragão’
“A frase mais marcante desse período anterior ao conflito é a frase do [Emmanuel] Macron dizendo que a OTAN estava com um enorme problema, que ela estava morrendo por morte cerebral, uma vez que a OTAN tinha perdido a sua razão de existir já há muito tempo”, diz.
“A prioridade da OTAN, especialmente dos Estados Unidos, de Washington, era compor uma ação conjunta de enfraquecer a Rússia por causa da Rússia, mas também para enfraquecer o principal aliado da China”, avalia.
“Rússia e China foram muito inteligentes e muito eficientes na produção de vários acordos que fazem com que a Rússia seja dependente da China e a China seja dependente da Rússia. E a China é muito sutil em trabalhar na zona de influência russa”, conta.
China prefere diplomacia a espada
“Um exemplo que a gente pode trazer é a Iniciativa Cinturão e Rota, a chamada Rota da Seda, lançada em 2013, que tem demonstrado ser um projeto gigantesco a níveis internacionais de infraestrutura”, ressalta Schwantes.
“O bom estrategista sabe que dinheiro não é igual a poder. Porque dinheiro pode comprar poder, mas o poder consegue destruir o dinheiro”, finaliza o doutorando em China.
Fonte: sputniknewsbrasil