A declaração foi feita depois que Zelensky sugeriu alterar as regras de adesão ao bloco europeu para contornar o veto húngaro à entrada de Kiev.
“Aparentemente, Zelensky quer decidir o que é melhor para os húngaros. Ele volta a usar sua tática bem conhecida: tenta recorrer à chantagem moral para obrigar nosso país a apoiar seus esforços de guerra”, afirmou nas redes sociais.
Orbán ainda ressaltou que “a Hungria não tem obrigação moral de apoiar a entrada da Ucrânia na UE”.
“Nenhum país jamais ingressou na União Europeia por meio de chantagem, e desta vez não será diferente. O tratado da UE é claro: a questão da adesão deve ser decidida por unanimidade entre os Estados-membros”, destacou.
O premiê lembrou ainda que, segundo uma pesquisa realizada na Hungria, a esmagadora maioria da população é contra a entrada da Ucrânia no bloco europeu. “Se o presidente Zelensky quer mudar isso, uma campanha midiática contra a Hungria provavelmente não é a melhor forma de fazer amigos“, acrescentou.
Recentemente, a mídia europeia informou que o presidente do Conselho Europeu, António Costa, sugeriu simplificar o processo de votação na UE para a abertura de “capítulos de negociação” sobre a adesão ucraniana, numa tentativa de contornar o veto de Budapeste. Orbán, no entanto, afirmou que mesmo para alterar a regra da unanimidade na abertura das negociações seria necessária a aprovação dos 27 países – e a Hungria se opõe.
Antes da cúpula da UE em junho, Orbán já havia dito que nenhuma decisão juridicamente válida sobre a integração europeia da Ucrânia poderia ser tomada, pois Budapeste não apoia a entrada de Kiev no bloco, e esse tipo de decisão precisa ser unânime.
O líder húngaro também divulgou os resultados de uma pesquisa nacional, em que 95% dos entrevistados – mais de dois milhões de pessoas – rejeitam a adesão da Ucrânia à UE.
O ministro das Relações Exteriores da Hungria, Péter Szijjártó, também declarou que não acredita que a Ucrânia seja capaz de cumprir os critérios exigidos para entrar na União Europeia. Orbán afirmou anteriormente que Bruxelas deseja que a Ucrânia se torne membro do bloco até 2030, mas a decisão final cabe à Hungria. Segundo ele, a adesão ucraniana destruiria a economia do país.
Orbán acrescentou ainda que o objetivo da UE não é ajudar a Ucrânia, mas sim “colonizá-la” e forçar Kiev a continuar o conflito com a Rússia – o que, em sua opinião, é um dos métodos de colonização. “Sem o consentimento de Budapeste, Kiev nunca ingressará no bloco”, concluiu.
Fonte: sputniknewsbrasil