
“Ao contrário de uma eleição majoritária com um só cargo em disputa, em que seria necessário construir pontes e moderação, a disputa por uma vaga no Senado, em um contexto no qual estão sendo disputadas duas vagas, permite divisões e radicalizações: o eleitorado segmentado e polarizado é suficiente para sustentar a eleição de um segundo senador que não precisa ter uma votação próxima da maioria”, resume.
Castro e o ‘cálculo da polarização’
“Ao contrário de Castro, Paes busca uma candidatura majoritária ao governo, o que exige sinais de força e autoridade sem romper com sua imagem de gestor pragmático. Sua aparição, portanto, não deve ser lida apenas como busca de popularidade momentânea, mas como aceno deliberado ao eleitorado conservador, sobretudo depois de ter anunciado o apoio do PL para sua candidatura”, afirma.
Operação ocorreu enquanto Lula estava incomunicável
“O fato de que o governo federal foi pego de surpresa e catalogado como sem coordenação enfraquece a ideia de que Brasília tenha controle central no tema, o que pode abrir espaço para candidatos estaduais explorarem esse vácuo. Essa dificuldade diz respeito ao fato de que o campo progressista não tem uma formulação consistente sobre a pauta da segurança e isso ficou mais evidente após a fala de Lula de que ‘os traficantes são vítimas dos usuários’, que provocou ampla crítica”, analisa.
“Quer dizer, ele acabou saindo muito mal dessa tentativa e, além disso, deu força ao governo federal para retomar o tema da PEC da Segurança Pública — que não era debatido publicamente desde que Lewandowski apresentou a ideia, no início do ano.”
Planalto e tentativa de ‘ressignificar o combate ao crime’
“Contudo, o desafio é comunicacional: a retórica da tecnologia é menos visual e menos imediata do que a imagem do policial em operação. Ainda assim, o governo pode capitalizar sobre o momento ao usar o sucesso da Carbono Oculto para pressionar o Congresso pela aprovação da PEC da Segurança e do PL Antimáfia antes da eleição”, finaliza.
Fonte: sputniknewsbrasil







