OMS atualiza recomendações sobre a vacinação contra Covid e monkeypox


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O Grupo Consultivo Estratégico de Peritos em Imunização (Sage, na sigla em inglês) da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta terça-feira (11/10), uma série de recomendações atualizadas sobre o uso de vacinas contra as principais doenças virais em circulação no mundo.

Entre os dias 3 e 6 de outubro, o Sage se reuniu para revisar questões como o uso de vacinas bivalentes contra a Covid-19 e a necessidade de doses de reforço, o impacto da pandemia nas campanhas de vacinação em todo o mundo e estratégias de imunização contra a monkeypox. Surtos de sarampo, vacinas candidatas contra o vírus sincicial respiratório (VSR), o surto de ebola em Uganda, Agenda de Imunização 2030 e a erradicação da poliomielite também foram discutidos.

Os especialistas destacam que, dois anos após o início da pandemia, as interrupções na prestação de serviços que aconteceram por conta da situação de emergência persistem em países de todos os níveis de renda. Retrocesso na cobertura vacinal e aumento do número de crianças que não receberam nenhuma dose de alguns imunizantes importantes são duas das consequências apontadas pelo grupo.

“O declínio na cobertura vacinal levou a grandes surtos disruptivos de sarampo e vírus da poliomielite derivados de vacinas circulantes, afetando principalmente países de baixa e média renda, enquanto surtos de monkeypox afetaram recentemente nações de alta renda nas Américas e na Europa. Essas prioridades concorrentes desviam a atenção de outros serviços essenciais de saúde”, informou o Sage em comunicado.

Poliomielite

Os especialistas expressaram grande preocupação com a volta da circulação do poliovírus selvagem 1 (WPV1), responsável pela poliomielite, no Paquistão e no sudeste da África; bem como a transmissão do poliovírus tipo 2 derivado da vacina (VDPV2), particularmente na região africana e no Iêmen, e sua detecção em Nova York, Londres e Jerusalém.

O Sage endossou a opção pelo uso inicial da VIP (vacina inativada contra poliovírus) para responder a surtos em países que usam apenas esta opção de imunizante para fazer a cobertura infantil de rotina. “Esta alternativa é recomendada se a transmissão do poliovírus estiver confinada a um grupo populacional ou área geográfica bem definida e com altos níveis de saneamento. A preparação para uma resposta com VOP (vacina oral contra a poliomielite) deve começar em paralelo se a transmissão continuar após o uso da VIP”, explicou a entidade.

As crianças com dose zero identificadas pelo Programa de Erradicação da Poliomielite devem ser incluídas nos micro planos de imunização de rotina para todas as vacinas pediátricas recomendadas. A entidade também reconheceu a importância de esforços acelerados para desenvolver e autorizar novas vacinas VOP contra os vírus tipo 1 e 3.

A diretora do Departamento de Imunização, Vacinas e Biológicos da OMS, Kate O’Brien, destacou que governos de todo o mundo precisam dedicar maiores esforços para melhorar a cobertura de rotina da vacinação contra a poliomielite para conter a transmissão do vírus e recomendou que os países preparem planos de resposta oportuna contra o surto do poliovírus derivado da vacina (VDPV) ou poliovírus selvagem 1 (WPV1).

Covid-19

Após revisar estudos sobre a segurança e capacidade de gerar resposta imune das vacinas bivalentes de mRNA desenvolvidas com a cepa original do coronavírus e das sublinhagens da Ômicron (BA.1 ou BA.4 e BA.5), os especialistas concluíram que os dados disponíveis não são suficientes para fazer uma recomendação preferencial para o uso delas como reforço, substituindo os imunizantes com as cepas anteriores.

A vacinação de reforço no intervalo de quatro a seis meses após a última dose fornece proteção robusta contra o vírus em circulação. Neste caso, ambas as opções de imunizantes podem ser usadas, segundo o grupo. “A maior parte do benefício advém do fornecimento, em particular, da primeira dose de reforço, independentemente de ser uma vacina monovalente ou bivalente”, diz o comunicado.

Monkeypox

Nos últimos cinco meses foram registrados 71.204 casos de varíola dos macacos em todo o mundo, resultando em 26 mortes, segundo dados do monitoramento Our World in Data, ligado à Universidade de Oxford. O Brasil confirmou, nesta terça-feira (11/10), a quinta morte provocada pela doença no país.

Para conter o atual surto da doença, o grupo de especialistas da OMS recomenda que os sistemas de saúde priorizem a vacinação preventiva de grupos populacionais com alto risco de exposição ao vírus, incluindo gays, bissexuais ou outros homens que fazem sexo com homens e que tenham múltiplos parceiros sexuais.

Também entram no grupo prioritário os indivíduos com múltiplos parceiros sexuais casuais; trabalhadores do sexo; trabalhadores de saúde com risco repetido de exposição; pessoal de laboratório que trabalha com ortopoxvírus; funcionários de laboratório clínico e pessoal de saúde que realiza testes diagnósticos para varíola dos macacos; e equipe de resposta a surtos.

A vacinação pós-exposição fica sendo recomendada para os contatos próximos dos pacientes. Ela deve ser feita idealmente no prazo de quatro dias após a primeira exposição — o prazo é estendido para até 14 dias na ausência de sintomas.

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