Depois de lançar seus primeiros carros no Brasil, o Omoda E5 e o Jaecoo 7, a Omoda Jaecoo já está com mais planos para o mercado brasileiro. De acordo com apurações da Autoesporte, a chinesa que pertence ao grupo Chery pretende começar a produzir carros por aqui ainda em 2025, com dois modelos.
E, embora a fabricante não confirme onde instalará sua fábrica, é bem possível que a marca surpreenda e utilize a antiga fábrica da Ford em Horizonte (CE) para conseguir cumprir com esse prazo.
O polo, na verdade, era onde a empresa norte-americana produzia jipes da brasileira Troller. No entanto, as atividades foram encerradas quando a Ford decidiu sair do Brasil, em 2021.
Já em 2024, o governo estadual do Ceará anunciou que o terreno da fábrica passaria a ser controlado pela Comexport, empresa especializada em importações e que deseja transformar o local em um complexo multimarcas para montar veículos elétricos em formato CKD, um método que importa peças desmontadas para serem montadas em outro país.
E segundo apurações do jornalista Jorge Moraes para o UOL, a Comexport deve colocar a fábrica para operar ainda este ano, com a montagem de dois modelos. É exatamente o mesmo cronograma e o mesmo número de produtos que a Omoda Jaecoo está preparando para o Brasil.
Inclusive, a página ainda informa que o polo será multimarcas e tem previsão de produzir seis carros eletrificados — e todos em CKD. Isso explica o fato da Neta, outra chinesa, também estar negociando a produção na unidade.
Até o momento, a Omoda Jaecoo não confirma a relação com o polo nordestino. Inclusive, quando questionado, o vice-presidente da fabricante, Shaw Xu, apenas informou que “tudo está em estudo e pode ser possível”. No entanto, o executivo fez questão de dizer que a produção CKD seria o ideal para fugir do aumento do imposto de importação ainda no “segundo semestre deste ano e mais próximo do final do ano”.
Afinal, em julho de 2026, a tributação será de 35% para todas as categorias de eletrificados. Hoje, após o aumento decretado em julho de 2024, o imposto é de 25% para híbridos, 20% para híbridos plug-in e 18% para elétricos. Além disso, em julho deste ano, haverá outro acréscimo.
Procurada pela reportagem, a Comexport também não confirma qualquer tipo de negociação com a Omoda Jaecoo. Mas mais um indício sobre o acordo está no fato de que os executivos irão anunciar detalhes do futuro da operação durante o Salão de Xangai (China), que será realizado já nesta semana.
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Até o momento, a chinesa apenas recebeu parte do terreno da fábrica da Caoa Chery em Jacareí (SP). Porém, para iniciar a produção ainda em 2025, a Omoda Jaecoo precisaria já ter algo (bem) encaminhado.
E vale lembrar que o acordo selado envolve apenas a doação de um terreno de 436 mil m², dentro de uma área total de 1 milhão de m². Além disso, a parte doada não tem edificações, ou seja, não inclui a estrutura fabril existente, pois representa uma área de preservação ambiental. Portanto, a marca ainda teria que construir todo o polo industrial do zero — o que levaria muito mais do que apenas alguns meses.
A Jaecoo é uma fabricante chinesa que pertence ao grupo Chery (e sem relação com a Caoa Chery) e que chega ao Brasil acompanhada da Omoda. É justamente por esse motivo que o nome “Omoda Jaecoo” é usado. As duas marcas, juntas, terão 50 concessionárias espalhadas por 17 estados do Brasil. Todas serão inauguradas em abril.
Inicialmente, dois carros estão à venda e, inclusive, são os que devem ser produzidos no Brasil. Um deles é o Jaecoo 7, um SUV híbrido plug-in que parte de R$ R$ 229.990. O outro é o Omoda E5, um crossover elétrico que Autoesporte conheceu ainda em 2023 e que custa R$ 209.990. Vale lembrar que haverá também uma versão híbrida plena do Omoda 5 que chega nos próximos meses.
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Fonte: direitonews