Sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), mais de 70 representantes de comunidades locais, sociedade civil, instituições federais, estaduais e municipais e parceiros estratégicos se reuniram nos dias 17 e 18 de setembro, em Altamira (PA), para construir de forma coletiva o planejamento das ações do Projeto Paisagens Sustentáveis da Amazônia (ASL) Xingu de 2026 a 2029. Essa foi a terceira oficina do projeto, desde 2024, que é preparado para iniciar a efetiva implementação de ações em 2026.
Com o lema “Conectando Florestas, Povos e Águas”, o ASL Xingu atua em mais de 4,2 milhões de hectares no Baixo e Médio Xingu, abrangendo unidades de conservação, terras indígenas, territórios quilombolas e assentamentos rurais. O projeto busca fortalecer a gestão de áreas protegidas, ampliar a conectividade ecológica e sociobiocultural, consolidar cadeias produtivas sustentáveis e promover o desenvolvimento das comunidades locais.
Entre suas metas, estão aprimorar a gestão de 3,6 milhões de hectares, conservar 3,5 milhões de florestas, mitigar 2,4 milhões de toneladas de CO₂ e beneficiar diretamente mais de 3 mil pessoas, com atenção especial às mulheres e jovens.
O chefe de gabinete da Secretaria Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA e supervisor do projeto, Carlos Eduardo Marinelli, reforçou que a iniciativa promove o protagonismo comunitário e intensifica a atuação do MMA em terras indígenas e territórios quilombolas, além de assentamentos. “O ASL Xingu fortalece uma agenda de conservação aliada à sociobioeconomia, unindo esforços entre comunidades, governos e parceiros para resultados de longo prazo, com base na gestão integrada de paisagens protegidas, extrativistas e rurais”, afirmou.
Durante a oficina, além do planejamento para quatro anos, foram discutidas as bases da governança participativa, como mecanismos de acompanhamento de participação e acompanhamento do projeto pela sociedade local.
Segundo Maria Creuza da Gama Ribeiro, moradora da comunidade Rio de Deus, na Resex Verde Para Sempre, o diferencial está no processo. “O projeto não chega pronto, ele está sendo construído junto com os territórios, a partir das necessidades apresentadas pelos moradores. Assim conseguimos pensar em soluções para que a floresta continue em pé e as comunidades possam viver com dignidade e governança de seus territórios.”
A Resex Verde Para Sempre, onde Maria Creuza vive, é a maior do Brasil, com mais de 1 milhão de hectares, distribuídos em 37 comunidades ribeirinhas. Criada para proteger a floresta e os modos de vida tradicionais, a Resex encontra-se em uma das áreas de maior biodiversidade da Amazônia.
Próximos passos
Nos próximos meses, o projeto passará pela revisão e ajustes finais do relatório, seguido de sua divulgação e da análise dos resultados da oficina. Está previsto o lançamento oficial na COP30, acompanhado da análise dos resultados, da elaboração do plano de atividades e da reunião de governança. A execução do projeto terá início em 2026.
Nos próximos anos, o ASL Xingu seguirá fortalecendo cadeias da sociobioeconomia, manejo florestal comunitário, restauração de áreas degradadas, ações de educomunicação e apoiando a implementação de políticas públicas nesse território, ressaltou Carlos Eduardo Marinelli.
Sobre o projeto
O ASL Xingu é coordenado pelo MMA e executado pela Fundação Getulio Vargas, a FGV Europe, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Serviço Florestal Brasileiro (FB) e dez municípios da região: Gurupá, Almeirim, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Altamira, São Félix do Xingu, Anapu, Melgaço, Prainha e Portel.
O projeto integra o Programa Regional ASL, implementado pelo Banco Mundial e financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), que reúne iniciativas no Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname para promover a gestão integrada das paisagens na Amazônia.
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Fonte: gov.br