“No ano passado, foram pagos mais de R$ 750 bilhões de juros a esses especuladores. Então, cada 1% aumenta cerca de R$ 50 bilhões nos ganhos deles. O segundo interesse é que a economia realmente entre em recessão, esteja em má situação, porque politicamente esse mercado financeiro se alinha ao projeto bolsonarista e quer derrubar o atual governo de qualquer forma”, afirma.
“É o contrário, o governo arrecada o que gasta. Quando ele [governo] gasta, a economia se movimenta e o que ele gasta acaba se consolidando em arrecadação tributária. Ao gastar, o governo movimenta a economia quando ela está estagnada e ela produz, paga impostos, paga tributos, e o governo ganha mais. É o contrário, se o governo não se movimentar, a economia entra em colapso.”
“E também com outras frações do capital. Só para dar um exemplo, no caso da Petrobras, o capital financeiro tem interesse em uma grande distribuição de dividendos, tem interesse que a Petrobras gere rendas a partir do petróleo, que é um recurso natural finito, e que essas rendas sejam distribuídas na forma de dividendos. O capital industrial, por outro lado, ele tem um interesse que a Petrobras ganhe essas rendas do petróleo e invista essas rendas em expansão, porque a expansão por parte da Petrobras significa mais compras feitas no parque industrial brasileiro.”
“Por que eles publicam? Para influenciar, não é neutro. Eles querem uma agenda de cortes de gastos fortes, focads em cortes nos direitos sociais, eles querem mais privatizações, concessões que já estão acontecendo, nunca deixaram de acontecer. Então, no momento em que o governo tenta definir a agenda, o capital financeiro, o sistema financeiro, o mercado, ele tenta também impor a sua agenda. E como ele impõe a sua agenda? Divulgando previsões pessimistas sobre a economia e conectando esse cenário com as políticas propostas pelo governo”, afirma.
Gastos do governo provocam recessão?
“Acho que já está errado, o Banco Central, principalmente, em aumentar demais os juros, e o governo em cortar gastos para reduzir esse crescimento para conter a inflação. Isso não é o nosso problema, a gente tem que manter um crescimento alto, de mais de 2%, que nem é uma coisa absurda, deveria ser normal isso, para justamente ter os seus efeitos positivos de longo prazo do crescimento, que são a melhoria da qualidade dos empregos.”
Fonte: sputniknewsbrasil