O Brasil está entre as nações com maiores índices de sobrepeso no mundo. A obesidade deve atingir quase 30% da população adulta do país em 2030, segundo o Atlas Mundial da Obesidade 2022. A pesquisa foi realizada pela Federação Mundial da Obesidade e, caso a projeção se confirme, o Brasil será o 4º país com maior número total de pessoas com excesso de peso.
A obesidade é o acúmulo de gordura no corpo, causado principalmente por um consumo de calorias superior à quantidade usada pelo organismo para a realização das atividades do dia a dia e para a sua manutenção. “De maneira simplificada, significa que a ingestão alimentar é maior que o gasto energético correspondente”, explica a coordenadora do curso de Enfermagem da Anhanguera, Dienit Veríssimo.
A obesidade é uma doença crônica que tende a piorar com o passar dos anos, caso o paciente não seja submetido a um tratamento adequado e contínuo. De acordo com a especialista, além de reduzir a qualidade de vida, o excesso de gordura corporal pode predispor a doenças como diabetes, problemas cardiovasculares e respiratórios, gordura no fígado e até alguns tipos de câncer.
As comorbidades relacionadas ao excesso de peso estão reduzindo a expectativa de vida em vários países. Saiba quais são as principais:
Hipertensão
A hipertensão ocorre quando há um aumento da pressão nos vasos sanguíneos. “Ela é frequente em indivíduos obesos. Isso acontece, principalmente, pelo alto consumo de alimentos contendo sódio e gorduras saturadas”, explica Veríssimo.
O acidente vascular cerebral (AVC), o popular derrame, é outra consequência frequente da hipertensão. Com as constantes agressões da pressão, as artérias da cabeça não conseguem se dilatar e ficam suscetíveis a entupimentos. Os picos hipertensivos acabam servindo de estopim para um vaso ficar completamente obstruído ou então se romper. Além de derrame, a pressão alta também pode provocar o infarto.

A pressão alta, também conhecida como hipertensão, é uma doença que ataca o coração, os vasos sanguíneos, os olhos, o cérebro e pode afetar drasticamente os rins. É causada quando a pressão fica frequentemente acima de 140 por 90 mmHgGizmo/ Getty Images

Fora a questão genética, fatores como consumo de álcool, cigarro, sal em grande quantidade, obesidade, colesterol alto, diabetes, idade avançada, estresse e sedentarismo também podem influenciar nos níveis de pressão arterialPeter Dazeley/ Getty Images

Tontura, visão embaçada, dor de cabeça ou dor no pescoço são os principais sintomas relacionados à doença. Geralmente, esses incômodos aparecem quando a pressão aumenta rapidamenteColin Hawkins/ Getty Images

Outros sintomas comuns em quem tem pressão alta são: zumbido no ouvido, visão dupla ou embaçada, dor na nuca e na cabeça, sonolência, palpitações, enjoo e pequenos pontos de sangue nos olhosGrace Cary/ Getty Images

A pressão alta é responsável por problemas graves de saúde como AVC, insuficiência cardíaca e perda da visão. Ao desconfiar que se tem a doença, o indicado é aferir a pressão sanguínea com um aparelho próprio, em casa ou na farmáciaPeter M. Fisher/ Getty Images

Apesar da gravidade, a pressão alta pode ser controlada. Hábitos saudáveis como a prática de exercícios físicos, alimentação saudável, evitar situações que possam causar estresse, diminuir o consumo de bebidas alcoólicas, manter o peso e o colesterol sob controle e evitar drogas que aumentem a pressão arterial (como cafeína, antidepressivos e corticoides) podem ajudar no controle da pressão Getty Images

Ao apresentar quaisquer sintomas, um cardiologista deve ser procurado. Por ser uma doença que não tem cura e que pode causar problemas cardiovasculares, o diagnóstico precoce diminui consideravelmente quadro mais graves e irreversíveisbluecinema/ Getty Images

Somente um especialista é capaz de diagnosticar casos de hipertensão e indicar o tratamento necessário para diminuir sintomas e consequências da doença. Geralmente, a utilização de remédios e repouso são indicadosA. Martin UW Photography/ Getty Images

Contudo, caso a pressão se mantenha superior ao indicado, ou seja, 140/90 mmHg após uma hora, o paciente deve procurar imediatamente um hospital para tomar anti-hipertensivos intravenososLuis Alvarez/ Getty Images
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Diabetes
Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade de a insulina exercer adequadamente seus efeitos. A insulina é produzida pelo pâncreas e é responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. A falta do hormônio provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. A condição de saúde se caracteriza por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.
A quantidade excessiva de açúcar circulante no sangue pode trazer alterações na visão, havendo maior risco de cataratas no olho. Outra doença decorrente é o glaucoma, uma lesão do nervo óptico que leva à perda do campo visual.
Doenças respiratórias
A obesidade também traz impacto direto aos órgãos. O acúmulo de gordura sobre o pulmão e na área abdominal, por exemplo, passa a provocar uma grande dificuldade para a realização das trocas gasosas, pois a caixa torácica não consegue se expandir da maneira adequada. Com isso, a demanda por oxigênio aumenta e surge a dificuldade de respirar, que se reflete em problemas respiratórios, como a asma e a apneia do sono.
Como prevenir a obesidade
- Fazer exercícios físicos regularmente e com um profissional especializado;
- Manter uma dieta rica em nutrientes e longe de alimentos industrializados e gordurosos;
- Comer devagar e atentando-se à mastigação;
- Consultar um nutricionista para verificar os melhores alimentos para você, de acordo com a sua saúde;
- Ir ao médico periodicamente, para a realização de exames preventivos.