Se Patricia Abravanel torceu o nariz para O Rei da TV mesmo sem assistir à série, Silvio Santos terá motivos para gostar de ver parte de sua vida retratada em uma ficção. É o que assegura a equipe por trás da produção, que estreia na plataforma Star+, na próxima quarta-feira (19/10).
Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, o diretor Marcus Baldini, e o executivo da produtora responsável pela série, Caio Gullane, apostam que o dono SBT não agirá como sua “filha número 4” e dará uma chance a O Rei da TV no conforto de sua mansão no Morumbi, em Sã0 Paulo.
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“Como o Silvio tem uma autoestima muito grande, de cara, como é uma série sobre ele já deve achar que vai ser um sucesso. Trabalhamos para isso. Construímos uma série que quem gosta do Silvio vai adorar e quem talvez não goste do Silvio também vai gostar, porque estamos contando a história da televisão brasileira, a história de um personagem com suas nuances e suas contradições”, afirma Gullane.
“Espero que ele [Silvio] me ligue, porque vai adorar a série, vai achar incrível! Que toque meu telefone e ele fale: ‘Parabéns, Marcus Baldini, você arrasou! Eu adorei a série!’”, torce Baldini, que assinou a direção do filme Bruna Surfistinha (2011) e outros trabalhos.
Silvio perde a voz no primeiro episódio
Para dramatizar a vida de um homem de 91 anos (fará 92 em dezembro), a equipe precisou recortar um período de sua carreira, justamente quando se tornou “o rei da TV”, como diz o título da série. A história começa com a luta do apresentador, interpretado por José Rubens Chachá, para não perder a voz, caso real e que ganhou as manchetes dos jornais no fim dos anos 1980.
“Eu gosto tanto do Silvio que o Chachá faz na série que às vezes, passando na televisão, olhava o Silvio no SBT e falava: ‘Esse Silvio está meio errado, está esquisito!’ (risos). O Silvio real começou a ficar meio estranho para mim de tanto que gostei da forma como o Chachá fez”, compara o diretor, avaliando que as diferenças do Silvio da ficção para o da realidade são fundamentais para o andamento da história.
Além do dono do SBT, Gullane acredita que a produção irá atrair fãs e ‘haters’ de Silvio: “Queremos que todos os públicos compreendam e se identifiquem de alguma forma com a série, porque ela é multigênero, tem diversas características que farão reter a audiência”.