Comprar carros de luxo é uma experiência. E digo isso não só porque o proprietário terá um modelo dos sonhos na garagem. É que, além disso, é possível personalizar diversos detalhes de acordo com a sua preferência. No novo Porsche Panamera, por exemplo, o futuro dono pode escolher as cores internas e externas, o tipo de banco que deseja, a roda que mais agrada e até as tecnologias que estarão presentes no esportivo.
Um desses sistemas se chama Active Ride e é uma espécie de suspensão inteligente que consegue até prever os buracos no caminho. No entanto, esse opcional custa exatos R$ 57.494 em um carro que já parte de R$ 803 mil. Será que vale o preço?
Autoesporte testou o novo Porsche Panamera durante algumas voltas no Autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), e conta as primeiras impressões sobre o sistema de suspensão do sedã grande de luxo.
Antes, uma breve explicação sobre como esse opcional funciona. Basicamente, o Active Ride é uma evolução da suspensão pneumática. Por isso, conta com quatro amortecedores ativos que atuam com base em informações enviadas por sensores.
Cada amortecedor ainda é equipado com uma bomba hidráulica operada eletricamente a partir dos próprios motores elétricos do Panamera, que é híbrido – por tal motivo, esse opcional só está disponível em carros eletrificados da marca alemã. Eles ainda desempenham a função de barras estabilizadoras e geram forças de tração e compressão individualmente em cada roda, conforme necessário.
De acordo com a fabricante alemã, o resultado é “uma flexibilidade ainda maior entre viagens confortáveis e dinâmica de condução esportiva”. Isso porque uma das funções da suspensão Active Ride é controlar a rolagem da carroceria. Ou seja, o sedã consegue ficar plano em zero graus mesmo com até 1.000 kg de pressão em frenagens ou acelerações.
Junto disso há também um ajuste dinâmico da altura em relação ao solo. Na prática, quando o condutor pisa no freio em velocidades acima de 50 km/h, a altura do Panamera é reduzida em pelo menos 3 cm e depois volta ao pré-determinado. Isso também acontece para proporcionar menos balanço e mais conforto aos passageiros.
O carro também fica mais alto ou mais baixo de acordo com a detecção de irregularidades do solo, para que o motorista não sinta as saliências das estradas. E para melhorar as saídas em curvas fechadas, há também uma distribuição dinâmica da carga nas rodas.
Todas essas funcionalidades ficam ativas no carro em todos os momentos. Ou seja, se o dono do Porsche Panamera quiser o opcional, não vai poder desabilitar essas funções. No entanto, há outros três usos que podem ser desativados.
O primeiro deles é a dinâmica de curva ativa. Normalmente, um carro se inclina “para fora” nas curvas. Com a suspensão inteligente, há uma compensação. A segunda tem relação com conforto em frenagem e acelerações. Isso porque quando um veículo acelera ou desacelera, ele agacha ou mergulha para frente. O Active Ride também compensa esse movimento.
Por fim, há uma função de entrada fácil. Neste caso, assim que uma das portas é aberta, a carroceria sobe automaticamente em 5,5 cm para facilitar a entrada e a saída. Quando a porta fecha, o Panamera abaixa ao nível anterior.
Na vida real foi possível perceber cada uma dessas funções durante as curvas do Autódromo Velocitta. Em um primeiro momento, dirigimos o Panamera sem o opcional da suspensão Active Ride. Depois, testamos o esportivo com a tecnologia.
Dessa forma, na comparação, ficou perceptível o quanto o Active Ride deixa o sedã mais estável. Em velocidades mais altas e em curvas fechadas, por exemplo, realmente há pouquíssimo balanço, o que gera até uma sensação extra de segurança.
Mas será que vale o preço? Na opinião da redatora, se você tem dinheiro para pagar R$ 803 mil pelo Porsche Panamera, aproveite e tire mais R$ 57 mil do bolso para desfrutar de uma das tecnologias mais impressionantes que ela já viu em um carro.
A terceira geração do Porsche Panamera foi lançada no Brasil em outubro do ano passado. O esportivo chegou sem muitas diferenças no visual, mas com nova motorização híbrida. O modelo estreou em duas versões: Panamera 4 E-Hybrid e Panamera 4S E-Hybrid, com preços de R$ 803 mil e R$ 922 mil, respectivamente.
O Porsche Panamera 4 E-Hybrid é equipado com motor V6 2.9 turbo de 304 cv que é combinado a um elétrico de 190 cv. Assim, a potência total é de 470 cv. Já o torque é de 66,3 kgfm. O câmbio é PDK de oito velocidades. Com esse conjunto, a versão faz de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos e tem uma velocidade máxima de 280 km/h.
Já a versão mais cara é equipada com a mesma motorização, mas, neste caso, o motor a combustão é mais potente: são 353 cv. Desta forma, potência e torque combinados da versão 4S do Panamera são de 544 cv e 76,5 kgfm. A transmissão também é a mesma PDK de oito velocidades. A aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 3,7 segundos e a velocidade máxima é de 290 km/h.
Em ambos os casos, a bateria tem capacidade de 25,9 kWh. O tempo de recarga total em corrente alternada (AC) com 11kW é de quase 3 horas. Já a autonomia em modo elétrico, de acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), é de 63 km.
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Fonte: direitonews