Novo Nissan Sentra consegue desbancar o Toyota Corolla e ser protagonista do segmento; teste


O Nissan Sentra nunca chegou nem perto de ser protagonista no mercado, considerando-se a categoria dos sedãs médios. O auge de vendas da geração anterior, lançada em 2013, ocorreu em 2015, quando o modelo terminou o ano como o terceiro da categoria com 12.529 unidades vendidas — algumas voltas atrás de Honda Civic (31.241) e Toyota Corolla (67.339), vice-líder e líder.

De 2015 em diante, o Sentra foi despencando ano a ano até sair de linha em 2021 sem deixar saudades — convenhamos que design e dirigibilidade não eram seus pontos fortes. Mas como aquele ditado “O mundo dá voltas” se encaixa em qualquer situação da vida, a nova geração do modelo pode ser a responsável por trazer o tão distante protagonismo para mais perto dele.

Agora, em um cenário mais favorável (ao menos entre seus pares), é a hora de mudar esse jogo. Pela qualidade da versão de entrada do novo Sentra, a Advance, que custa R$149.990, eu afirmo que essa virada é bem possível.

Antes de tudo, sem desmerecer o potencial da nova geração, a missão está mais fácil porque praticamente não há outros rivais no radar. O Honda Civic é importado da Tailândia, virou híbrido, está na faixa dos R$ 250 mil e é carta fora do baralho na disputa direta.

O “clássico” Chevrolet Cruze é o mesmo há muito tempo e já não tem mais fôlego para incomodar o novato: foram apenas 218 vendas em três meses deste ano. Somente em março — primeiro mês de comercialização — o novo Sentra já emplacou mais do que o dobro do Cruze: 453 unidades. Resta o Corolla… que reina sozinho atualmente, mas aguarda uma repaginada no visual para 2024 no Brasil para, talvez, ampliar a vantagem no segmento.

Cabe ao Sentra se defender com uma boa lista de equipamentos desde a versão de entrada, Advance. Há seis airbags, central multimídia de 8 polegadas com conectividade para Android Auto e Apple CarPlay apenas por cabo, rodas de liga leve aro 17 diamantadas, faróis dianteiros e DRL de LED, ar-condicionado digital de duas zonas, borboletas para troca de marchas, bancos dianteiros aquecidos e com regulagem elétrica para o motorista, alerta de colisão e assistente de frenagem de emergência.

Por mais R$ 1.700, a versão topo de linha pode receber acabamento mais caprichado de couro e revestimento especial no painel. Mas isso não apaga o fato de o Sentra não ter conectividade sem fio, carregador de celular por indução e freio de estacionamento elétrico. O acionamento é no pedal… assim como o do Corolla Cross. Pontos negativos para um carro dessa faixa de preço.

Sentado no banco do motorista, o conforto é digno de carro de luxo. Os ajustes de posição são precisos e há até bolsas de ar para a lombar no banco do motorista. O entre-eixos de 2,71 metros é mais do que suficiente para dar espaço tanto para um motorista alto (como é o meu caso, com 1,87 m de altura) quanto para quem vai sentado no banco traseiro. Ali, aliás, há uma entrada USB, mas a Nissan deixou de fora as saídas de ventilação.

O motor 2.0 aspirado é capaz de desenvolver 151 cv e 20 kgfm de torque; o câmbio CVT simula oito marchas. Um salto de qualidade enorme em relação à geração anterior é o fato de que agora o modelo é equipado com suspensão traseira multilink no lugar do eixo de torção.

Ao dirigir o novo Sentra você sente que é um carro que tem potencial para vender muito. É bastante agradável para o dia a dia, com uma direção leve e precisa, além de ter desempenho satisfatório. Nos testes de aceleração, foi de zero a 100 km/h em 9,8 segundos — apenas 0,6 segundo atrás do Chevrolet Cruze Sedan, que tem motor turbo e uma ligeira vantagem de potência, com 153 cv e torque de 24,5 kgfm.

Nos solos mais lisos, o sedã parece flutuar. No asfalto prejudicado, o conforto da suspensão também é bom e o carro praticamente não trepida. A posição de dirigir é baixa. Bem baixa, aliás. Isso ajuda nas curvas com pouca rolagem da carroceria; todavia, para encarar lombadas e valetas, deixo uma dica preciosa: vá devagar, porque ele raspa facilmente.

Agora quer uma notícia boa? Nos testes de consumo de Autoesporte, o sedã japonês registrou impressionantes 18,9 km/l na estrada e 13,4 km/l na cidade com gasolina no tanque.

A Nissan acertou em cheio no visual, e o novo Sentra transmite a ideia de ser um carro mais premium do que realmente é. Onde quer que passe, sempre atrai olhares. E, considerando minha bolha de pesquisa, a aprovação do visual foi de 100% .

O caminho está aberto e pavimentado para o novo Nissan Sentra bater de frente com qualquer rival da mesma faixa de preço. Potencial o sedã médio tem de sobra, porque o conjunto da obra é muito bom. Ultrapassar o Corolla é uma missão bem complicada, mas o momento para ser protagonista é agora.

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Fonte: direitonews

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