Novo governo de Portugal quer reduzir impostos e revogar medidas dos socialistas


Impostos mais baixos, um aumento
muito gradual dos salários e a revogação de algumas medidas do plano do Partido
Socialista – que acaba de deixar o poder – para encerrar a crise da habitação
são algumas das medidas incluídas no programa do governo de centro-direita de
Luís Montenegro em Portugal, que foi entregue ao Parlamento nesta quarta-feira
(10).

O programa, publicado no site do governo, será debatido entre esta quinta-feira (11) e sexta-feira (12) na Assembleia da República, o parlamento português, e dois partidos, o Comunista e o Bloco de Esquerda, já anunciaram que apresentarão moções de rejeição para derrubar o governo.

Confira os destaques do
documento de 185 páginas:

Salários

Aumentar o salário mínimo
nacional de 820 euros (R$ 4,4 mil) para 1.000 euros (cerca de R$ 5,4 mil) até
2028, com o objetivo de que o salário médio atinja 1.750 euros (R$ 9525) até
2030.

Aposentadorias

Aumentar o apoio às
aposentadorias mais baixas para 820 euros até 2028, “com o objetivo de
equiparação com o salário mínimo nacional na próxima legislatura”.

Impostos

Redução do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) para os contribuintes que ganham menos
de 81.199 euros por ano (R$ 441,9 mil), com uma redução entre 0,5 e 3 pontos
percentuais nas taxas marginais.

Para as empresas, o novo governo
propõe a redução do Imposto de Renda Individual Coletivo (IRC), com uma redução
gradual de dois pontos percentuais por ano.

Migração

O governo quer avaliar a
modificação do regime de migração para que as autorizações de residência sejam
baseadas em contratos de trabalho previamente assinados ou por meio de um visto
de “procura de trabalho”.

Moradia

O novo governo pretende eliminar
imediatamente algumas medidas do programa “Mais Moradia”, a principal
proposta dos socialistas na última legislatura para responder à crise
habitacional devido aos altos preços dos imóveis, como aluguéis compulsórios e
o congelamento de aluguéis por meio de subsídios para os mais vulneráveis.

Montenegro pretende acabar com
um imposto de 15% que começaria a ser cobrado sobre determinadas acomodações e
apartamentos turísticos, que não estão em regiões do interior do país.

Também encerrará o prazo de
validade das licenças de acomodação local, que foi introduzido pelo programa
“Mais Moradia” e que previa uma duração de cinco anos para as novas
autorizações.

Saúde

O governo apresentará um plano
de emergência para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) nos primeiros 60 dias de
seu mandato, para garantir que as listas de espera não se eternizem para
consultas especializadas, cirurgias e diagnósticos, entre outros.

Corrupção

Para combater esse flagelo, o
programa pede a regulamentação do lobby e a criação de um crime de
enriquecimento ilícito, que não existe em Portugal.

Educação

O executivo reestruturará os
ciclos do ensino básico, integrando o primeiro e o segundo ciclos. Pretende
integrar a educação entre 0 e 3 anos no sistema supervisionado pelo governo e
aumentar o acesso universal e gratuito a creches, aumentando a oferta pública,
por meio de acordos com “o setor social, privado ou cooperativo”.

Além disso, implementará testes
de avaliação em português, matemática e uma disciplina rotativa a cada 3 anos
no 4º e 6º ano, ao final de cada ciclo, que serão universais e obrigatórios,
substituindo os testes de avaliação atualmente em vigor.

Seca

O governo quer desenvolver
programas específicos para reduzir a perda de água nas redes de abastecimento,
reforçar a capacidade dos reservatórios, aumentar a reutilização de águas
residuais tratadas e acelerar a construção de usinas.

Transporte

Montenegro pretende iniciar o
processo de privatização do capital social da companhia aérea estatal
portuguesa TAP, propriedade do Estado português, o qual tem atualmente em suas
mãos 100% de suas ações, depois de aumentar sua posição para salvá-la dos danos
causados pela pandemia de covid-19, e que está atualmente sob um plano de
reestruturação.

Política externa

Além de confirmar sua vocação
pró-europeia e o apoio à Ucrânia, o governo português “lutará” pela
adoção da solução de dois Estados no Oriente Médio, reconhecendo o direito de
Israel à legítima autodefesa contra o terrorismo, exigindo a libertação de
todos os reféns e defendendo o direito internacional.

Também defende um cessar-fogo que facilite a ajuda humanitária e o estabelecimento de negociações com vistas a uma paz duradoura que será baseada na autodeterminação do povo palestino.

Fonte: gazetadopovo

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