Novo Ford Bronco Sport: 5 razões para comprar e 5 para pensar bem


O Ford Bronco Sport mudou recentemente. Ficou mais equipado e passou por uma reestilização a fim de garantir aquela sobrevida ao visual. Vale também dizer que chegou às revendas em versão inédita no país, intitulada Badlands. É o mesmo nome do clássico filme de Terrence Malick, lançado em 1973. Mas o melhor de tudo é que o preço não subiu em relação ao modelo anterior.

Aqui no Brasil, a belíssima obra de ritmo lento também é conhecida por “Terra de Ninguém”. Algo similar ao que ocorre com o Bronco Sport. Explico: o SUV médio da Ford é um bom produto (isso é inegável), mas caminha a passos de tartaruga no quesito licenciamentos.

Até junho deste ano, por exemplo, o Bronco Sport teve 979 emplacadas. O GWM Tank 300, modelo com proposta algo parecida lançado em abril, já teve 1.217 unidades comercializadas. E olha que o híbrido plug-in chinês sai por R$ 339 mil, ante R$ 260 mil do Ford.

Mas será que o SUV médio da marca do oval só é mais um belo rostinho na multidão, destacado pela fotografia típica de um filme de Terrence Malick, ou tem um quê de especial? É isso que mostraremos abaixo.

O Ford Bronco Sport olha com carinho tanto para o conforto de condutor e passageiros, mas não deixa de permitir aquela brincadeira no off-road moderado. Por isso, seu principal destaque é a tração 4×4 com diferencial blocante.

Em suma, em situações mais duras no off-road, o sistema se une ao diferencial com bloqueio eletrônico e distribui o torque conforme a necessidade para as rodas traseiras. É ótimo para quem quer ir ao shopping em um fim de semana, mas não abdica de um off-road com a família em domingos ocasionais. Em condições de baixa aderência, bom dizer, funciona que é uma beleza.

Há ainda o seletor de terrenos GOAT, uma brincadeira com a sigla normalmente usada para definir o melhor de todos os tempos (greatest of all times, em inglês). No caso do Bronco, a sigla significa goes over any type of terrain, ou vai em todo tipo de superfície, na tradução livre.

Temos aqui suspensão McPherson na dianteira e braços duplos independentes na traseira. Algo pouco usual em um SUV com pegada voltada para a aventura. No entanto, aí é que mora a engenhosidade do Bronco Sport.

Ao trocar o eixo rígido pelo multilink, o SUV médio se dá muito bem na cidade. Absorve com precisão as imperfeições do solo, especialmente as valetas que invadem as cidades da grande São Paulo. Todavia, o conjunto também não faz feio num off-road moderado, com boa calibração, curso adequado e respostas bem interessantes em terrenos pouco mais acidentados.

Aqui temos outro trunfo tanto para a cidade quanto para o fora-de-estrada. Isso porque a câmera 360 graus do Bronco Sport é de grande valia na hora de manobrar o veículo em garagens excessivamente apertadas (como a do redator) e também em situações de trilha.

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A visão panorâmica é de boa resolução, e os modos frontal e traseiro são tiro e queda na hora de encarar um off-road ou uma saída de garagem. Ajuda ainda a tela da central multifuncional, HD de 13,2 polegadas. Não faz feio mesmo.

Embora tenha 482 litros de capacidade, nada que seja digno de Oscar, o porta-malas tem acesso que é tão prático quanto uma solução de produtores inteligentes de um filme. Além da tampa convencional, temos ainda a abertura de modo separado do vidro. E isso pode ser feito com um aperto de leve, básico, na traseira.

Por meio do basculante, a família pode ter acesso rápido ao porta-malas sem precisar abrir a tampa por inteiro. É um recurso absolutamente versátil e que garante ao carro funcionalidade muito bacana. Vale lembrar, inclusive, que a capacidade do bagageiro sem tampão, de acordo com a Ford, é de 580 litros.

Confiança é tudo. E o motor 2.0 turbo da família EcoBoost, injeção direta, transversal, quatro cilindros em linha, entrega tal sem quaisquer problemas. É um conjunto que é extremamente confiável e robusto, bom para quem não quer ficar na mão.

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Tudo bem que desempenho não é seu forte. Até que garante 253 cv e 38,7 kgfm de torque em baixas rotações, mas tem de “pedalar” muito a fim de suportar veículo tão grandalhão. A relação peso/potência, bom dizer, é de 7,1 kg/cv. Nada de absurdo para o segmento, mas nada de incrível.

Entramos agora na salada de pontos a serem considerados. Este, ao menos para o escriba, é o mais cruel no caso do Ford Bronco Sport. O SUV médio tem 2,67 metros de entre-eixos, o que garante espaço aquém do que se espera nessa categoria para quem vai no banco traseiro.

Tudo bem que o túnel central não é tão elevado e pouco prejudica quem vai no meio, mas, mesmo assim, as pernas não ficam bem acomodadas no assento. Ponto negativo que também serve ao estadunidense Escape, feito sobre a mesma plataforma.

Tudo bem que há de partir da premissa de que quem paga R$ 260 mil num carro não liga para o posto de combustível. Todavia, aqui fica o alerta. Por beber apenas gasolina, perde ante rivais híbridos e equipados com motores flex.

A introdução da gasolina E30, com até 30% de etanol anidro na mistura, bom frisar, pode ainda causar transtornos. Mesmo em motores devidamente calibrados, o veículo é passível de consumir mais combustível e até mesmo ter injeção e turbocompressor comprometidos. No Inmetro, o consumo do Bronco Sport é de 8,4 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada.

O câmbio automático de 8 marchas tem trocas suaves, mas gera ao motorista situações incômodas em ciclo urbano. Por primar pelo consumo, faz com que o carro pareça sempre pedir trocas em baixa. Desse modo, o uso na cidade é um tanto complicado, especialmente em grandes capitais com fluxo intenso de veículos.

Para completar (e isto é algo crônico em outros Ford), o modo manual é pouco intuitivo e impreciso. As trocas são realizadas por meio de botão seletor giratório — e isso não é nada divertido numa, por exemplo, estrada de ótima pavimentação.

Isso já ocorria no predecessor e segue no novo Ford Bronco Sport. O redator até se sentiu “em casa” ao escutar os ruídos decorrentes das pastilhas de freio do SUV médio ao tirar o carro da garagem. Isso porque esses barulhinhos são comuns quando o sistema ainda está frio. Mas são capazes de revirar os olhos de consumidores mais esquentados.

Aqui pode ser coisa de condutor chato. Este que vos escreve, porém, acha que falta respostas mais adequadas à direção do Ford Bronco Sport, principalmente em condições de estrada. Não é lá tão progressiva e, em alta velocidade, é desmultiplicada. Até que não faz feio na cidade, mas em ciclo rodoviário passa longe de empolgar.

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Fonte: direitonews

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