Em meio ao projeto de chegar ao mercado brasileiro, que vem aceitando cada vez mais a eletrificação, a fabricante chinesa Changan se aliou à gigante CATL, maior fabricante de baterias no mundo, para tentar resolver um dos principais gargalos dos veículos elétricos na China: o tempo de recarga.
Para isso, as duas parceiras começaram a distribuir em maio as primeiras mil unidades do sedã Oshan 520, um elétrico que permite trocas de bateria em 100 segundos (ou 1 minuto e 40 s) e oferece autonomia de até 515 km no ciclo chinês WLTC. Tudo isso por menos de R$ 130 mil.
Produzidos pela Changan e equipado com a bateria Choco-SEB da CATL, os exemplares do Oshan 520 serão utilizados por uma empresa de táxi na cidade chinesa de Chongqing. Por lá, já foram instaladas 34 estações de troca de baterias.
O plano das empresas é instalar mil pontos como esses em 31 cidades do gigante asiático até o final do ano (chegando a 50 estações apenas em Chongqing). Ao final do projeto, estima-se que o número de postos de troca de bateria no país atinja a marca de 30 mil.
Como mencionado, as baterias da CATL que possibilitam o sistema de troca são chamadas de Choco-SEB. Sim, o curioso nome se refere ao chocolate, mas nesse caso é devido ao formato do conjunto, divido em blocos quadrados — tal qual uma barra de chocolate. Já a sigla SEB, que vem logo após o travessão, indica “Swapping Electric Blocks”, ou seja, “blocos elétricos trocáveis”, em tradução literal do inglês para o português.
Com capacidade de 56 kWh cada, os pacotes de bateria oferecem autonomia de 515 km no ciclo chinês, como citamos. O motor elétrico é instalado sobre o eixo dianteiro e desenvolve até 141 cv de potência. A promessa de troca de uma bateria descarregada por outra com carga completa em menos de 2 minutos é promissora, visto que esse tempo é até menor que o de um rebastecimento para muitos carros a combustão.
Como comparação, o BYD Dolphin Mini, carro elétrico mais vendido do Brasil, leva 30 minutos para recuperar de 30% a 80% da autonomia da bateria, conectado a uma fonte de carga de 40 kW.
Quanto ao veículo, estamos falando da variante elétrica do Changan Eado Sedan. Com linhas musculosas no capô e conjunto de faróis super afilados, o modelo possui uma grade dianteira falsa com contorno do tipo “infinito”. Assim, o para-choque dianteiro adota malha com padrão de pequenas linhas, sendo que as luzes DRL estão encaixadas em dois vãos geométricos nas extremidades.
Vendido por 166.800 yuans, que equivalem a R$ 131.700 em conversão direta, o Changan Oshan 520 é um sedã médio. Assim, são 4,77 metros de comprimento, 2,76 m de distância entre os eixos, 1,84 m de largura e 1,47 m de altura.
Na cabine, a lista de equipamentos inclui painel de instrumentos digital, central multimídia de 10,25 polegadas, além de sistema de aquecimento ou resfriamento dos bancos e quatro alto-falantes. Entre os itens de segurança, o sedã oferece sistema de câmeras 360°.
Apesar de ser o primeiro veículo do mundo a oferecer tal tecnologia, não deve demorar muito para que o mercado — pelo menos na China — seja tomado por esse tipo de conjunto eletrificado que possibilita a troca rápida das baterias.
Isso porque a parceria entre Changan e CATL para o desenvolvimento desse produto foi travada em novembro do ano passado, mas outras marcas já estariam interessadas na aplicação do sistema. Uma delas é a GAC, que chegou ao Brasil oficialmente na última sexta-feira (23), e que, segundo o portal CarNews China, deverá usar o mesmo tipo de bateria no sedã Aion S.
Mesmo assim, é importante destacar que não há qualquer previsão para que a inovação atravesse as fronteiras chinesas e seja oferecida em outros mercados, incluindo o brasileiro. Entretanto, a Changan planeja lançar seus veículos no Brasil, bem como lançar uma outra marca, a Avatr, que nasceu da fusão entre a fabricante, a CATL, e a gigante da tecnologia, Huawei.
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Fonte: direitonews