A França planeja enviar cerca de 100 soldados para o Gabão e Senegal, contra 350 anteriormente destacados em cada país. A presença militar na Costa do Marfim deverá ser reduzida de 600 para cerca de 100, enquanto no Chade, a França vai mobilizar cerca de 300 soldados em oposição aos mil que estavam presentes no país africano.
Para o jornalista francês Jacques-Marie Bourget, essa é uma maneira de Paris “recolher os pedaços da Operação Barkhane”, se referindo a fracassada operação militar liderada pela França no Sahel entre 2014 e 2022 que tinha como objetivo combater a insurgência jihadista na região.
“Alguma coisa tinha que ser feita para manter a presença. Este sistema não é realmente um sistema militar no sentido de ‘combate’. É acima de tudo um sistema de informação, de escuta, de entrar na África tão discretamente quanto for possível”, disse Bourget à Sputnik.
O general Pascal Ianni, que assumiu a chefia do novo comando, “passou toda a sua carreira em universidades militares ou em cargos políticos, e não em ação. A sua especialidade é estratégia e especialmente questões de influência“.
Assim, Paris tenta estabelecer “bases que permitam intervenções na Costa do Marfim, Senegal, Gabão”, acrescentou. Mas, a nível militar isso “não faz absolutamente nenhum sentido”.
A presença francesa na África ‘vai mudar de forma’
Segundo Bourget, “antes nos sentíamos [os franceses] em casa na África”.
“Houve uma presença militar, bárbara e devastadora, ao longo do século XIX e início do século XX século que os africanos não esquecem.”
Agora, a presença francesa “vai mudar de forma”, diz o analista.
Pascal Ianni: ele vai se encontrar com líderes africanos para construir boas relações ou criar uma nova aliança? Não creio que esse seja seu objetivo. “Será apenas uma questão de ficar lá como concierge.”
“O tempo em que a França se sentia em casa em todos os países da África Ocidental acabou. Acabou.”
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Fonte: sputniknewsbrasil