A pessoa, que recebeu tratamento em Maryland, é o primeiro novo caso confirmado este ano nos EUA do parasita mais comuns em gado e outros animais de sangue quente que se alimenta de carne viva.
O surto se intensifica e avança para o norte, vindo da América Central e do sul do México, segundo a matéria.
Segundo as fontes, um executivo do grupo da indústria Beef Alliance enviou e-mails em 20 de agosto para dezenas de pessoas dos setores de pecuária e carne bovina, informando que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) haviam confirmado um caso humano de screwworm em Maryland, em uma pessoa que havia viajado para os EUA vinda da Guatemala.
Um e-mail de acompanhamento do mesmo grupo afirmou que, devido às leis de privacidade do paciente, nenhum outro detalhe estava disponível. Segundo o e-mail, a pessoa foi tratada e medidas de prevenção foram implementadas no estado.
A matéria afirma ainda que veterinários estaduais souberam do caso humano em Maryland durante uma chamada com o CDC na semana passada e que um funcionário do governo estadual de Maryland também confirmou o caso.
O caso confirmado surge pouco mais de uma semana após a secretária do Departamento de Agricultura dos EUA, Brooke Rollins, e outros representantes do governo viajarem ao Texas para anunciar planos de construir uma instalação de produção de moscas estéreis como parte dos esforços para combater a praga. Ela afirmou que a nova instalação levará de dois a três anos para entrar em operação. O último grande surto ocorreu há 50 anos.
Impacto nos mercado agropecuário
A reportagem frisa que o rebanho bovino dos EUA está em seu menor tamanho em sete décadas e que o caso e a falta de transparência em torno dele também podem representar um desafio para o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) que enfrentou críticas de produtores de gado e analistas de mercado por não agir mais rapidamente para expandir a produção de moscas estéreis.
O México também tem tomado medidas para limitar a disseminação da praga, que O governo mexicano informou, em julho, que começou a construir uma unidade de produção de moscas estéreis no sul do país, com um custo estimado em US$ 51 milhões.
Atualmente, a única planta em operação está na Cidade do Panamá, com capacidade máxima de produção de 100 milhões de moscas estéreis por semana. O USDA estima que seriam necessárias a liberação de 500 milhões de moscas por semana para empurrar a população da praga de volta até a região de Darién, a faixa de floresta tropical entre o Panamá e a Colômbia.
As screwworms têm avançado pelo norte do México a partir da América Central desde 2023. Segundo o USDA, elas são endêmicas em Cuba, Haiti, República Dominicana e em países da América do Sul.
O México relatou um novo caso em julho, cerca de 600 km ao sul da fronteira dos EUA, em Ixhuatlán de Madero, Veracruz. O USDA imediatamente ordenou o fechamento do comércio de gado pelos portos de entrada do sul, após já ter suspendido importações em novembro e maio.
Os Estados Unidos importam mais de um milhão de cabeças de gado do México por ano para engorda em confinamentos e processamento para carne.
As screwworms foram erradicadas dos Estados Unidos nos anos 1960, quando pesquisadores começaram a liberar grande quantidade de moscas machos estéreis, que se acasalavam com fêmeas selvagens e produziam ovos inférteis.
O meio de comunicação informa que a USDA estima que um surto de screwworm poderia custar à economia do Texas — o maior estado produtor de gado dos EUA — cerca de US$ 1,8 bilhão em mortes de animais, custos trabalhistas e despesas com medicamentos.
O que são screwworms?
As screwworms são moscas parasitas cujas fêmeas depositam ovos em feridas de qualquer animal de sangue quente. Quando os ovos eclodem, centenas de larvas de screwworm perfuram a carne viva, eventualmente matando o hospedeiro, se não houver tratamento, em poucas semanas.
A alimentação das larvas é comparável a um parafuso sendo cravado na madeira, o que deu origem ao nome screwworm (“verme-parafuso”).
As screwworms podem ser devastadoras para o gado e a vida selvagem, e raramente infestam humanos. As infestações geralmente são curáveis se tratadas precocemente e o tratamento exige remoção de centenas de larvas e a desinfecção completa das feridas.
Fonte: sputniknewsbrasil