A oitava geração da Toyota Hilux foi lançada em novembro de 2015 e se aproxima do fim de seu ciclo. A marca japonesa entrou na última etapa dos testes da versão renovada, como comprovam flagras recentes na Tailândia e na Argentina. Ela terá novo visual, mais equipamentos, uma versão híbrida inédita e deve chegar ao Brasil em 2026, já como linha 2027.
Autoesporte destrinchou os planos da Toyota nesta renovação da Hilux. O que muda e o que segue igual? A picape média vai trocar de abordagem ou repetirá a receita que garantiu sua liderança por uma década? Como a fabricante pretende disputar com as novas concorrentes chinesas? É o que você descobrirá nos próximos parágrafos:
A Hilux atual é montada sobre a plataforma IMV em Zárate (Argentina) há dez anos. Autoesporte apurou que a nova geração irá preservar essa base técnica, restringindo suas mudanças à carroceria.
Os flagras revelam que a Hilux 2026 vai manter o formato das portas e, como consequência, terá a mesma área envidraçada do modelo atual. Ou seja, o formato geral da cabine não vai mudar radicalmente.
Por mais que a Hilux 2026 seja tratada pela Toyota como uma nova geração (pelo código interno 581D, substituindo o antigo 640X), na verdade é uma reestilização profunda. Trata-se da mesma abordagem da Chevrolet S10 nacional, que preservou sua plataforma e teve atualizações mais intensas de design, mecânica, cabine e equipamentos.
A Hilux atual tem 5,32 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,81 m de altura e 3,08 m de distância entre-eixos. Destas medidas, somente a distância entre os eixos deve ser preservada. Flagras revelam que a picape terá novo para-choque dianteiro, e atualizações como essa sempre interferem no comprimento.
Ainda sob os disfarces pesados da camuflagem, é possível ver como o capô da nova Toyota Hilux ficará mais alto, além do formato quadrado da grade e dos faróis. A aposta é que a nova Hilux beba da fonte de muitos carros atuais que têm o DRL de LED na horizontal separado do bloco principal do conjunto óptico, mais abaixo no para-choque.
Para-lamas encorpados também podem deixá-la mais larga sem alterar as bitolas ou o espaço lateral da cabine. E outra medida que pode mudar em decorrência do para-choque frontal é a altura, a fim de ajustar os ângulos de ataque e saída, tão importantes nas picapes médias.
A Hilux é testada com um conjunto híbrido leve (MHEV) de 48V, que une o atual motor 2.8 turbodiesel de quatro cilindros com 204 cv de potência a um motor elétrico (que substitui alternador e motor de arranque) de 16 cv e um conjunto de baterias de íons de lítio com 0,2 kWh de capacidade.
Autoesporte pode dizer que este pequeno motor elétrico terá atuação muito pontual no conjunto da picape, elevando o torque em rotações mais baixas (inferiores a 1.000 rpm). A tendência é que a Hilux mantenha os 204 cv a 3.400 rpm, bem como o torque de 50,9 kgfm entre 1.600 e 2.800 rpm. Outra atualização é o sistema start-stop de última geração, usando o sistema eletrificado para deixar partidas mais suaves.
O câmbio automático de seis marchas sairá de cena, dando lugar a uma caixa mais moderna, com pelo menos oito marchas. É a receita das picapes mais modernas da Toyota em outros países.
Protótipos de uma versão híbrida plug-in (PHEV) são testados na Tailândia, mas não devem chegar à América do Sul tão cedo. De olho na BYD Shark, a Toyota tem planos mais ousados para sua picape média. Continue lendo para descobrir.
Por mais que o motor 2.8 turbodiesel seja o mesmo da Hilux atual, o site Carscoops antecipa que a Toyota irá atualizar profundamente a dirigibilidade da picape. Ela terá acerto de suspensão redimensionado, mais firme e dinâmico, e estreia direção elétrica (o sistema atual é hidráulico).
Outra melhoria técnica da Hilux antecipada pelo site especializado são os freios a disco nas quatro rodas. Atualmente, a picape japonesa tem discos ventilados no eixo dianteiro e tambores no traseiro. Tração 4×4 e os modos de condução atuais serão mantidos.
A adoção da caixa de direção elétrica tem outra aplicação técnica além do conforto. Enfim, a Toyota Hilux receberá sistema Adas completo, com controle de cruzeiro adaptativo (ACC), sensores de ponto cego e assistente de permanência em faixa.
Dessa forma, ao detectar que o motorista está invadindo a faixa ao lado, a picape fará a correção diretamente nas rodas. Também será capaz de acompanhar o carro à frente, ajustando a velocidade de cruzeiro, e de fazer curvas leves em estradas.
Vários flagras já revelaram características exteriores da Hilux, mas o interior permanece um mistério. O site tailandês Headlighmag teve acesso a documentos oficiais e revelou que a picape terá sua cabine atualizada com melhorias não apenas no design, mas também na qualidade dos materiais.
Haverá um esforço em elevar o nível de tecnologia da picape para aproximá-la dos automóveis, como a Ford Ranger: nova central multimídia e até quadro de instrumentos digital podem surgir com a atualização. O formato inédito do painel ainda deve interferir na disposição da cabine, melhorando o espaço interno. Neste quesito, segundo a publicação tailandesa, os SUVs da Toyota devem servir de inspiração para o novo layout.
De acordo com documentos aos quais Autoesporte teve acesso, os polos de desenvolvimento da picape média profundamente renovada são Brasil, África do Sul e Tailândia. Isso revela que a Toyota tem a intenção de manter o status da “rainha do agro” como um carro de volume.
A Hilux é figurinha carimbada no interior do país e, esporadicamente, chega a ser o carro mais vendido em alguns estados do Norte e do Centro-Oeste, além de ser a picape média favorita dos brasileiros. O fato dos “nossos” engenheiros estarem envolvidos diretamente no desenvolvimento mostra sua importância para a região.
Quem está curioso para conhecer a nova picape em detalhes não terá de aguardar muito tempo. Sua estreia global acontecerá ainda em 2025 no Sudeste Asiático, mais especificamente na Tailândia, onde é um dos modelos mais vendidos. A partir do ano seguinte, será produzida na Argentina para abastecer a América do Sul.
Com as atualizações da Hilux, o utilitário SW4 também muda na América do Sul — mas só em 2027, com o início da produção em Zárate. A estreia global acontecerá na Tailândia em 2026, oferecendo spoilers do que esperar sobre design, tecnologia e mecânica.
Após três anos de testes, a Hilux elétrica está quase pronta para fazer sua estreia global. Deverá ser lançada junto do modelo híbrido no mercado tailandês em 2025, mas está de malas prontas para chegar à América do Sul, como revelou o jornal japonês Nikkei.
A publicação explica que a produção da caminhonete na fábrica de Zárate está enquadrada dentro de um ambicioso plano de expansão elétrica global da Toyota. Hoje concentrada apenas na China e no Japão, a produção de EVs da marca será ampliada para Estados Unidos, Tailândia e Argentina.
Com isso, a empresa espera se proteger de riscos tarifários após as recentes tensões comerciais causadas pelo governo dos Estados Unidos. O lançamento da Hilux elétrica feita na Argentina, todavia, não acontecerá tão cedo.
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Fonte: direitonews