Nova presidente da Petrobras toma posse; gestão será ‘totalmente alinhada com visão de país de Lula’


Ao discursar, ela garantiu que sua gestão vai zelar pela governança e por resultados empresariais robustos, “com rentabilidade e eficiência que o mercado e o Brasil esperam”, mas que também estará “totalmente alinhada com a visão de país do nosso presidente Lula e do governo federal […]. Afinal, eles são nossos acionistas majoritários. Está também em consonância com a visão de mercado, com a geração de valor econômico e com a rentabilidade”, declarou.

“A missão encomendada pelo presidente foi a de movimentar a Petrobras, que impulsiona o PIB do país; gerir a Petrobras com respeito à sociedade brasileira. E ele disse bem assim: “Eu tenho grande carinho pela Petrobras, a sociedade brasileira ama a Petrobras e eu também amo. Não quero confusão na empresa”, disse ela.

Chambriard disse ainda que tem como meta na presidência chegar a zero emissões até 2050. “Cerca de 11% do nosso investimento total será em projetos de baixo carbono. O caminho da transição energética justa nos leva a abrir e fortalecer frentes em energias renováveis e descarbonização”, detalhou.

“Investiremos na ampliação da nossa infraestrutura com projetos como a conclusão da rota 3 e as unidades de processamento de gás natural. A nossa intenção é ampliar a disponibilidade de gás para o mercado e assim endereçar a nossa produção também para usos de maior valor agregado, como a petroquímica e os fertilizantes“.

A nova presidente destacou que após 22 anos de carreira na empresa ela retorna à Casa com o “mesmo sentimento de orgulho e de compromisso com o Brasil que me movia, e também movia a empresa, quando eu ingressei nos anos de 1980”:
“Foi esse propósito que nos fez descobrir as bacias terrestres, avançar para o mar, desenvolver grandes reservas de bacias de campos, nos tornar a companhia de petróleo líder em operação em águas profundas e ultraprofundas, expandir o nosso parque de refino, descobrir e desenvolver as magníficas acumulações do pré-sal”.
A bacia de Campos, garantiu Chambriard, pioneira de águas profundas e ultraprofundas, terá produção revitalizada, e o pré-sal, com baixo custo de extração e baixa emissão de CO2, continuará sendo desenvolvido.

Fortalecimento das plantas de refino ‘com investimentos consistentes’

Além da modernização das refinarias atuais, a nova presidente informou ainda que será implantado o Trem 2 da refinaria Rio Lima, em Pernambuco e um projeto com o Gás Lubro, no Rio de Janeiro, que reduzirá “significativamente nossa importação de diesel”.

Lula: críticas à Lava Jato e projeções ‘verdes’

Em seu discurso, o presidente criticou o que chamou de “falso argumento de combater a corrupção” da operação Lava Jato para provocar um desmonte da Petrobras e privatizá-la.
“Se o objetivo fosse de fato combater a corrupção, que se punissem os corruptos, deixando intacto o patrimônio do nosso povo. O que queriam mesmo era, mais uma vez, entregar esse extraordinário patrimônio nas mãos das petrolíferas estrangeiras. Era isso que queriam: o desmonte da Petrobras. Os estragos foram muitos em todo o ecossistema da produção de petróleo. Fatiaram a Petrobras, venderam refinarias e ativos importantes, a exemplo da BR Distribuidora. E mesmo assim não conseguiram destruí-la. Jamais conseguirão”, garantiu ele.
Lula também frisou que mesmo quando o petróleo não for mais o motivo de existência da Petrobras, ela seguirá sendo uma empresa de energia. “Vai refinar o nosso biodiesel. Vai produzir hidrogênio verde”, disse ele.

“Ao longo de 71 anos, a Petrobras sofreu acirrados ataques da elite deste país, sem nenhum compromisso com a soberania do Brasil e a melhoria de vida do nosso povo. Tentaram destruir a Petrobras antes mesmo de sua criação. A história jamais esquecerá os editoriais de grandes veículos de comunicação, que preferiam ver o petróleo brasileiro entregue de mão beijada às empresas estrangeiras. Décadas depois, quiseram privatizá-la. Ensaiaram uma mudança de nome para Petrobrax, numa tentativa de negar sua origem 100% brasileira. Não conseguiram. Foram obrigados a recuar, diante da resistência do povo brasileiro”, completou o mandatário brasileiro.

Posse ocorre após atritos entre governo e ex-presidente

A executiva assume após a saída de Jean Paul Prates, devido a atritos com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Desde o fim de março, as tensões na empresa estavam altas por conta de divergências entre Jean Paul Prates e o governo federal sobre o pagamento de dividendos extraordinários.
O Palácio do Planalto queria que os conselheiros votassem contra a distribuição do montante de R$ 21 bilhões, correspondente a 50% do lucro da companhia, aos acionistas. Prates, contudo, se absteve da votação.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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