“Mas os EUA calcularam totalmente mal”, afirma o pesquisador. Segundo ele, “os manifestantes pró-ocidentais em Hong Kong tinham essencialmente zero apoio da população da China continental, o que significa que o governo chinês nunca foi seriamente ameaçado por essa tentativa de contrarrevolução colorida.”
“Esse mesmo padrão de agressão dos EUA em momentos de força ou uma atitude mais conciliadora em momentos de fraqueza também pode ser visto em torno da crise financeira internacional que começou em 2007/2008. Essa crise foi um duro golpe para a economia dos EUA. Como resultado, os EUA começaram a enfatizar a cooperação internacional”, destaca Ross.
“Em 2009, o G20 se comprometeu como a principal força de cooperação econômica e financeira internacional”, afirma Ross, destacando que isso se deu também devido a uma mudança de postura por parte de Washington. “Em particular, como se sentiam enfraquecidos, os EUA demonstraram uma atitude mais cooperativa em relação à China nessas áreas”, enfatiza.
Nova Guerra Fria carece de componente ideológico
“Era um momento de entrosamento entre as partes, que só durou até o momento em que o Ocidente, para variar, decidiu sair do seu lugar e avançar para onde não deveria, por exemplo, com conflitos no espaço pós-soviético, enviando a OTAN e não convidando a Rússia para fazer parte”, destaca Gama.
“Estão longe geograficamente, podem ser atingidos por um míssil nuclear, sim, mas não é provável. Apesar de haver ameaças nucleares, não acredito que chegaremos a esse ponto. Mas mais uma vez os EUA estão explorando as fraquezas dos outros, porque estão se sentindo ameaçados.”