A parte norte do Rio Grande do Sul segue com chuva nesta quinta-feira (16) e deve registrar volumes ainda maiores na sexta-feira (17), entre 20 e 40 milímetros. Entretanto, essa preciptação não se compara às registradas entre o final de abril e a semana passada. No estado gaúcho agora há a soma de outras preocupações como uma gangorra térmica nos próximos dias e os ventos que dificultam a redução do nível de rios.
De acordo com informações de Estael Dias, meteorologista da Metsul, após a sexta-feira as chuvas darão uma trégua. Voltará a chover na metade norte do Rio Grande do Sul entre os dias 23 e 24 deste mês, mas também de períodos curtos.
A condição que preocupa a meteorologista neste momento a variação brusca de temperatura. Nesta semana, o Rio Grande do Sul registrou dias bastante frios, com termômetros marcado até mesmo 0°C em algumas regiões.
Conforme indicam neste momento as condições meteorológicas, o frio seguirá sobre o estado até o final de semana. Depois disso, entre a segunda-feira (19) e a quarta-feira (21), entrará o ar quente sobre o estado, o que elevará as temperaturas. Porém, por volta dos dias 24 e 25, a projeção é de que os termômetros voltem a despencar.
Outra questão que segue sobre o estado são os ventos. Conforme explicou Dias, em relação ao nível dos rios, a chuva não é a única questão. Segundo ela, é muito complexo porque as águas se comunicam de formas diferentes nas regiões e muitos acabam desaguando no Guaíba e depois na Lagoa do Patos. Por esse motivo, o vento tem um papel imporante nessa movimentação, podendo retardar o declínio principalmente na Reigão Metropolitana de Porto Alegre.
Para a sexta-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um aviso de perigo potencial para tempestade desde o norte do Rio Grande do Sul, passando por todo o estado de Santa Catarina, ató o sul e oeste do Paraná. Nessas regiões podem ocorrer chuva entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, ventos intensos (40-60 km/h), e queda de granizo.
Queda do nível das águas e consequências para o Rio Grande do Sul
Apesar disso, Dias afirmou que está de certa forma otimista para a situação da cheia. Segundo ele, os rio da metade norte do estado vão ter um processo lento, mas de declínio a partir de agora. “Aos poucos a gente vai conseguir enxergar o tamanho da tragédia e aí pensar como é que vai ser a reconstrução, as áreas que ficaram inabitáveis”, afirmou.
A meteorologista ressaltou que o poder público terá um trabalho absurdo para realocar tantas famílias desabrigadas. “A economia do nosso estado inevitavelmente vai ser abalada em níveis altos por essa tragédia. Um cenário bem complicado que afeta também o setor agrícola por logística, pelos grãos que foram inundados em parte, estradas intransitáveis com pontes caídas, são vários os desdobramentos dessa tragédia que impactam a todos. Não tem ninguém no Rio Grande do Sul que não foi impactado”, reforçou Dias.
Ainda sobre o declínio dos rios, ela afirmou que Caí, o início do Rio dos Sinos, o Jacu e o Taquri terão declínio em questão de uma semana ou um pouco mais. Dentro desse período devem estar perto de uma normalidade. O Rio Uruguai, mais ao norte, também estará seguindo seu curso em uma semana, dentro da normalidade na divisa com Santa Catarina e também na fronteira oeste.
A maior preocupação é na Região Metropolitana e a Lagoa dos Patos. “A Lagoa dos Patos, que tem uma relação direta com os ventos também vai seguir em alta a Costa Doce, parte da Zona Sul, com o cenário de emergência, de alerta, ainda nos próximos 10 dias ou mais”, explicou a meteorologista.
Fonte: noticiasagricolas