Apesar do nome estranho, os nootrópicos são a nova tendência da alimentação e suplementação devido aos benefícios que trazem à atividade cerebral. Eles também são conhecidos como “smart drugs” (drogas inteligentes) — substâncias naturais ou sintéticas que prometem melhorar a performance cognitiva, aumentando o foco, atenção, memória e os níveis de energia.
Os nootrópicos são tradicionalmente utilizados por pessoas com diagnóstico de TDAH ou de depressão, mas nos últimos anos têm sido consumidos também por indivíduos saudáveis que sentem necessidade de melhorar as funções cerebrais.
“Eles atuam principalmente nos neurotransmissores, que agem como mensageiros químicos transportando, estimulando e mantendo o equilíbrio dos sinais entre os neurônios, as células nervosas e as demais células do nosso corpo. A substância atinge transmissores como a acetilcolina, dopamina e noradrenalina, relacionados à concentração, cognição e memória”, explica a farmacêutica Patrícia França, gerente científica da Biotec Dermocosméticos.
Patrícia ensina que a acetilcolina está relacionada ao processo de formação de novas memórias e concentração, além de atuar no aumento do metabolismo cerebral. Já a dopamina, conhecida como hormônio da felicidade, participa do ciclo de recompensa, levando as informações do cérebro para várias partes do corpo — quando ela é liberada, promove a sensação de prazer, satisfação e aumenta a motivação.
A noradrenalina, por sua vez, está relacionada ao sono e às emoções, promovendo sensação de bem-estar, além de fazer parte de processos cognitivos de aprendizagem, criatividade e memória.
No mercado, os nootrópicos geralmente são encontrados como suplementos, além de cafés, chás fortificados e shots — porém, alguns já fazem parte da composição de chocolates, bebidas e biscoitos. Entre as substâncias mais famosas estão a cafeína, creatina, ômega-3 e o ginkgo biloba.
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“Existem opções sintéticas e naturais. As sintéticas incluem medicamentos como a famosa Ritalina, utilizada para tratar transtorno comportamental TDAH e narcolepsia. Eles devem ser utilizados apenas com orientação e prescrição médica”, explica a nutricionista Vitória Dadalt, especialista em nutrição clínica esportiva e exames laboratoriais.
Ela alerta que, apesar dos benefícios, nem todos os nootrópicos naturais possuem evidências suficientes para garantir a melhora na saúde cerebral. Vitória lembra que, mesmo sem a necessidade de prescrição médica para ingestão de substâncias naturais e suplementos, é essencial procurar orientação profissional, pois o tipo e dosagem devem ser avaliados de forma individualizada.
Melhores nootrópicos para turbinar o cérebro
A nutricionista indica que os nootrópicos que comprovadamente ajudam nas funções cerebrais são a cafeína, a creatina e o DHA.
- Cafeína
“Pensando nos nootrópicos naturais, a cafeína é uma das mais conhecidas e com maior comprovação científica. A ação dela está na redução da atividade da adenosina que, consequentemente, leva a um aumento da noradrenalina, provocando um efeito estimulante no sistema nervoso central”, explica.
- Creatina
Vitória aponta que a creatina é outra opção boa para turbinar o cérebro. Ela é muito utilizada no desempenho esportivo para reduzir a fadiga durante o treino, mas também apresenta benefícios para as funções cognitivas. O composto natural é produzido pelo organismo em pequenas quantidades, mas é abundante em carnes. Como suplemento, está associado à melhora da memória de curto prazo, concentração e inteligência.
- DHA
“O ácido docosa-hexaenoico (DHA) é um dos ácidos graxos que fazem parte do famoso ômega-3”, diz a especialista. A substância compõe cerca de 40% do cérebro humano e, por isso, age diretamente no sistema cognitivo, especialmente nos neurônios e na memória, sendo considerado um neuroprotetor.
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