Lançado no Brasil em 2011, o Nissan March foi o primeiro compacto da marca a ser produzido localmente e chegou com a missão de enfrentar os hatches populares com um conjunto simples, robusto e acessível.
Em 2014, o March passou por um facelift importante, em que atualizou o design com faróis mais angulosos, nova grade dianteira e para-choques redesenhados, além de melhorias no acabamento interno. Mesmo sem alterações estruturais, o visual renovado deu fôlego extra ao modelo em um segmento que se tornava cada vez mais competitivo.
Entre 2014 e 2020, o March chegou à reta final da sua trajetória no Brasil apostando na reputação de confiabilidade, bom consumo e custo-benefício. As versões com motor 1.6 seguiam como destaque pelo desempenho ágil e manutenção simples, enquanto as opções 1.0 miravam em quem buscava economia.
Sem grandes inovações tecnológicas nos últimos anos, o compacto japonês se despediu do mercado em 2020, mas ainda é uma alternativa racional no mercado de usados, especialmente para quem quer um carro pequeno, confiável e fácil de manter.
Entre 2014 e 2020, após a reestilização visual e leve aprimoramento do acabamento interno, o Nissan March seguiu com a mesma gama de motores que já equipava o modelo anterior, apostando na eficiência e no baixo custo de manutenção.
A opção de entrada era 1.0 12V flex de três cilindros, com 77 cv de potência e 10 kgfm de torque com etanol. Compacto e leve (com peso em torno de 950 kg), o March 1.0 se mostrava ágil em uso urbano, com trocas curtas de marchas e desempenho adequado para deslocamentos diários. Essa motorização sempre esteve disponível exclusivamente com o câmbio manual de cinco marchas.
A outra opção era o motor 1.6 16V flex de quatro cilindros, o mesmo do Kicks Play, usado nas versões intermediárias e mais completas, entregando 111 cv de potência e 15,1 kgfm de torque com etanol. Mais elástico, ele oferecia desempenho animado e respostas rápidas, especialmente quando acoplado ao câmbio manual de cinco marchas, que aproveitava bem a faixa de torque.
Como alternativa para quem buscava mais conforto, o March 1.6 também podia ser equipado a partir de 2017 com um câmbio automática CVT, de funcionamento mais confortável e mais confiável que os automatizados oferecidos por concorrentes diretos na mesma época.
Essa combinação de motores compactos e manutenção descomplicada foi um dos trunfos do March, especialmente entre consumidores que valorizavam economia e confiabilidade acima de sofisticação mecânica.
O Nissan March sempre teve no tamanho compacto e na praticidade urbana seus maiores atrativos. Com 3,83 metros de comprimento, 1,67 m de largura, 1,53 m de altura e um entre-eixos de 2,45 metros, o hatch se destaca pela facilidade de manobras e pelo diâmetro de giro curto de apenas 4,5 metros, um dos menores da categoria — ideal para vagas apertadas e ruas estreitas.
Apesar do porte contido, o espaço interno é razoável para quatro adultos, com boa ergonomia para o motorista e comandos simples de operar. O porta-malas tem 265 litros de volume, o que fica dentro da média entre os subcompactos e compactos da época. A cabine foi atualizada no facelift de 2014, com um painel mais moderno, materiais um pouco mais agradáveis ao toque nas versões superiores e novas opções de acabamento.
A suspensão é do tipo McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, com calibração firme voltada à estabilidade — o que contribui para a boa dirigibilidade, mesmo em velocidades mais altas, mas se mostra um pouco dura demais em vias mais acidentadas. A direção é elétrica com assistência progressiva, leve em manobras e precisa em estrada.
Os freios são a disco na frente e tambor atrás, padrão para o segmento. No geral, o March é um carro com conjunto mecânico simples, mas bem acertado, oferecendo robustez e bom desempenho dentro da proposta urbana. Deixa a desejar o isolamento acústico, que permite a invasão de ruídos como o de transmissão.
Após o facelift de 2014, o Nissan March passou a oferecer uma gama de versões mais ampla e com pacotes de equipamentos mais definidos. A versão S, disponível com motores 1.0 ou 1.6, era a mais básica da linha e trazia apenas o essencial: direção elétrica, ar-condicionado, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas e preparação para som.
Não havia rádio nem comando elétrico para os retrovisores. Já a versão SV, também com os dois motores, adicionava rádio com entrada USB, retrovisores elétricos, vidros elétricos nas quatro portas e detalhes estéticos como calotas de melhor acabamento.
A versão SL era a topo de linha entre os modelos regulares, sempre com motor 1.6 e disponível com câmbio manual ou automático. Trazia rodas de liga leve aro 15, faróis com máscara negra, faróis de neblina, volante multifuncional, acabamento interno com melhor aparência, central multimídia com tela sensível ao toque e comandos no volante. A câmera de ré passou a fazer parte do pacote em anos posteriores, consolidando a versão como a mais completa da linha.
A versão Rio 2016 foi uma edição especial lançada em comemoração às Olimpíadas do Rio de Janeiro, das quais a Nissan foi patrocinadora. Baseada na versão SV com motor 1.0, ela trazia adesivos decorativos com referência ao evento, emblemas exclusivos e rodas com acabamento diferenciado.
Internamente, havia uma plaqueta numerada no painel e acabamento mais caprichado, com bancos e volante com costuras contrastantes. Apesar do apelo visual comemorativo, o conjunto mecânico e a lista de equipamentos seguiam os mesmos da versão SV.
Embora seja reconhecido por sua confiabilidade mecânica, o Nissan March não está isento de cuidados ao ser comprado no mercado de usados. O motor 1.0 de três cilindros, apesar de econômico, pode apresentar vibrações excessivas, especialmente se os coxins estiverem desgastados, o que é algo comum após 60 mil km.
Já nas versões 1.6, o conjunto é robusto, mas é importante verificar o estado das bobinas de ignição e do cabeamento elétrico, pontos sensíveis em unidades mais antigas. Outro aspecto a ser observado é o estado da suspensão dianteira, especialmente buchas e bieletas, que podem apresentar ruídos em pisos irregulares.
A montagem interna do painel, em algumas versões de entrada, também pode sofrer com ruídos plásticos e acabamento simplificado, algo esperado para um modelo de proposta econômica. Por fim, unidades equipadas com centrais multimídia originais podem apresentar travamentos ou lentidão — vale checar se há atualizações de software disponíveis.
Entre as versões vendidas entre 2014 e 2020, as mais equilibradas em termos de custo-benefício são as SV 1.6 manual ou automática. Elas oferecem mais equipamentos que a versão S (como rádio com USB, vidros elétricos nas quatro portas e retrovisores elétricos), sem alcançar os preços mais altos pedidos pelas versões SL. O motor 1.6 traz desempenho superior com consumo ainda contido, e a simplicidade do projeto facilita a manutenção.
Para quem procura um hatch automático acessível, as versões 1.6 com câmbio automático CVT são uma excelente escolha. Esse tipo de câmbio normalmente é mais confiável do que os automatizados usados por concorrentes da época, como o Dualogic da Fiat e I-Motion da Volkswagen. É uma opção ideal para quem roda mais na cidade e valoriza conforto com baixo custo de uso.
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Fonte: direitonews